Orizicultores mato-grossenses mantêm área e prevêem expansão do mercado

Entre os Estados que estão com seus estoques zerados ou na reta final estão o Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso.

A falta de estoques em grande parte dos Estados produtores de arroz do país, acompanhado da expectativa de abertura de novos mercados para a produção brasileira, está motivando muitos orizicultores mato-grossenses, que se preparam para a próxima safra.

O presidente da Associação dos Produtores de Arroz do Mato Grosso (APA), Angelo Maronezzi, disse que a área plantada no Estado deve ser mantida, com tendência para ter uma pequena redução.

– O estoque de passagem vai ser praticamente nulo, tanto do Governo Federal, quanto da indústria ou da cadeia, e como existe uma dificuldade de crédito muito grande, não vai haver uma pressão de aumento de produção, nem do Centro-Oeste e nem do Sul – destacou.

Entre os Estados que estão com seus estoques zerados ou na reta final, citados por ele, estão o Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso.

A utilização de novas tecnologias e melhoramento genético da cultura no Estado também deve motivar muitos produtores a investirem nas lavouras. Segundo Maronezzi, o arroz deixou de ser uma cultura de abertura de área e passou a ser utilizado em rotação de culturas.

– Hoje o agricultor está optando pela cultura de arroz pela necessidade de fazer uma rotação de cultura, pela questão de sustentabilidade do seu negócio dentro da propriedade, para diminuir as doenças e pragas na soja, ou seja, a rotação possibilita isso – explicou.

Mesmo diante deste cenário, as a dificuldade em conseguir créditos, encontrada pelos sojicultores, também afeta o setor e pode levar alguns produtores a desistirem de cultivarem o cereal nesta safra ou reduzir os investimentos.

– Não adianta ter adubo e não ter defensivo, ter defensivo e não ter adubo, e também não adianta ter adubo e defensivo e não ter uma boa semente – argumentou o presidente.

As expectativas do setor também são a médio prazo. A previsão do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) de que o preço do arroz dobre até 2008/09 pode alavancar as exportações da produção de várias regiões, inclusive de Mato Grosso.

– Vai se abrir mercado tipo China, Europa, ou seja, mercado para Estados produtores tipo Mato Grosso, que produz o arroz que está entre os mais baratos do mundo. E hoje com a qualidade de produção que nós temos, já temos condições de atender esse mercado. Agora nós precisamos de infra-estrutura para ter competitividade e conseguirmos colocar o nosso arroz a preços competitivos e com margem de lucro para toda a cadeia – concluiu.

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