Os pingos nos is
Após 16 safras, a irrigação
por aspersão é tecnologia
consolidada na Fronteira
.
O que começou como um desafio dos irmãos Walter e Werner Arns na Fronteira gaúcha há 16 safras, – a irrigação por aspersão por pivô central-, tornou-se uma tecnologia consolidada e que se expande na orizicultura do Rio Grande do Sul a ponto de ganhar destaque na Abertura Oficial da Colheita do Arroz, de 12 a 14 de fevereiro em Capão do Leão (RS). O conceito, que mereceu um prêmio mundial de irrigação e meio ambiente entregue aos irmãos, soma vantagens importantes, segundo o engenheiro agrônomo Ramiro Alvares Toledo Lutz, da Vetagro Assessoria, de Uruguaiana.
Acompanhando o método e superando as dificuldades iniciais, Toledo Lutz se tornou um dos maiores especialistas do assunto no estado e aponta as vantagens do método: redução do uso de água em até 45%, facilitação do manejo de preparo, semeadura, aplicações, adubações e colheita, menor demanda de mão de obra (um homem por 400 hectares) e do parque de máquinas e a realização efetiva do plantio direto, sem a necessidade de formação de taipas. “Apesar do investimento inicial necessário, há uma redução dos custos que gera rentabilidade, que é, talvez, o maior dos desafios da orizicultura atual”, enfatiza o agrônomo.
A irrigação por pivô, ao assegurar as condições de adotar o plantio direto, gera maior flexibilidade de planejamento e também garante a implantação de outras culturas na área, facilitando a diversificação de zonas de arroz com soja, milho, sorgo e a sucessão com pastagens e culturas de inverno como o trigo. “Há obstáculos. É preciso criar um sistema eficiente de sucessão de cultivos, evitar o atolamento, se torna necessário alcançar um bom controle de invasoras e há o investimento inicial, que não é pouco”, adianta.
Para o especialista, os desafios se tornam aprendizado, como a necessidade do agricultor melhorar o solo para potencializar o sistema, buscar saídas – como corredores encascalhados – para evitar atolamento e não permitir a erosão localizada.
NA AGENDA
Na Abertura Oficial da Colheita do Arroz, de 12 a 14 de fevereiro, na Estação de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), será apresentado um pivô central utilizado no sistema de irrigação de vitrinas tecnológicas e da lavoura que receberá o evento. O coordenador regional do Irga na zona sul, André Barros Mattos, destaca que o avanço da tecnologia na Fronteira-Oeste e Campanha despertou interesse em outras regiões e de outros produtores, a partir do ingresso da soja no sistema de produção de arroz.
“Além de apresentar o sistema, teremos os resultados deste manejo para discutir e mostrar aos visitantes”, explica. Nas vitrinas da Abertura da Colheita, promovida pela Federarroz, o sistema de irrigação por aspersão tem sido usado em arroz, soja, milho e pastagens.
Leia também: Na ponta do lápis