Painel promove debate sobre escoamento do arroz
Os palestrantes Patricio Mendez del Villar, pesquisador do centro de pesquisas francês CIRAD e Tiago Sarmento Barata, consultor de mercado de arroz da Agrotendências, fizeram uma análise das possibilidades de colocação do arroz do Mercosul no cenário mundial.
O movimento intenso nos corredores do Centro de Eventos durante ontem o dia inteiro confirmou a expectativa da comissão organizadora sobre a importância de promover encontros esclarecedores e debates de qualidade entre todos os setores da cadeia produtiva do arroz. Um dos pontos altos da quinta-feira foi o painel Desafios e oportunidades para o arroz do Mercosul no mercado internacional, promovido pela Agrotendências e pelo Agricultural Research for Development (CIRAD).
Os palestrantes Patricio Mendez del Villar, pesquisador do centro de pesquisas francês CIRAD e Tiago Sarmento Barata, consultor de mercado de arroz da Agrotendências, fizeram uma análise das possibilidades de colocação do arroz do Mercosul no cenário mundial, destacando principalmente a África Subsariana e a Ásia.
Patricio focou-se na evolução da produção de arroz nos últimos 10 anos da África Subsariana, onde a crise de 2008 revelou condições promissórias para o desenvolvimento da produção arrozeira mostrando o crescimento significativo na produção do país, mas que ainda não pôde
tornar-se auto-suficiente. “Apesar dessa evolução, o continente ainda depende de importações para cobrir sua demanda. Serão necessários investimentos internacionais para produzir e exportar o produto”, disse.
Complementou falando sobre o crescimento da população mundial, que tem projeção de aumentar em 50% nos próximos 40 anos. “O desafio será como alimentar essas nove milhões de pessoas a mais em 2050”, questiona.
Já o mestre em Agronegócio pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Tiago Barata, começou salientando que discutir sobre o mercado internacional ainda é uma novidade para ele, pois o Brasil sempre trabalhou com déficit de produção e precisava importar, principalmente do Uruguai e Argentina, para cobrir sua necessidade.
Ele apresentou dados da safra de 2010/2011 onde, juntos, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai aumentaram sua produção de arroz em 3.406 toneladas, sendo o Brasil líder de produção com um aumento de 2.240. Ele cita o exemplo do Rio Grande do Sul, dizendo que se fosse um país teria a maior média de produção do mundo. “Com certeza seria o país com maior necessidade de escoamento”, disse.
Barata aponta o Mercosul como uma região segura visto pelas traides do segmento. Disse
que a Ásia é responsável por 90% da produção mundial de arroz e que a vantagem do produto produzido no Mercosul seria basicamente por a safra não coincidir com a de lá. Por isso, a possibilidade de ação complementar para o mercado externo.