Paraguai está colhendo a sua safra de arroz
(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) Com pouco mais de duas semanas desde o início da colheita, o Paraguai está contabilizando, até o momento, uma boa safra de arroz em produção e produtividade, mas espera problemas para a parte final da colheita. Depois de reduzir para 165 mil hectares em 2020/21, por restrição de água, a lavoura paraguaia deu um salto de 10,9% e alcança seu recorde em 183 mil hectares. A expectativa inicial é de que chegue a produção de 1,29 milhão de toneladas do grão, dos quais perto de 700 mil toneladas devem ser consumidos no Brasil por causa da competitividade.
Representantes da Câmara Paraguaia do Arroz (Caparroz) preferiram não indicar área plantada, mas agrônomos que prestam assistência técnica no Paraguai e alguns produtores consideram que houve uma evolução importante na superfície semeada por causa de uma expectativa de melhor condição climática nesta temporada. Na temporada houve perdas pela redução de área e produtividade por causa da seca. Nesta temporada, houve momentos melhores, mas seguiu chovendo pouco e nos últimos 30 dias, algumas lavouras tiveram sérios problemas de irrigação com o esgotamento de alguns arroios e rios com baixo caudal.
Lideranças setoriais informaram à imprensa local que o foco, neste momento, é realizar uma boa colheita e uma boa comercialização, pois há uma demanda importante acontecendo nas Américas e o primeiro semestre promete ser mais movimentado.
Nesta temporada os produtores paraguaios voltaram a ter problemas com a disputa por água com algumas comunidades rurais e cidades que estão na bacia do Rio Tebicuary e com a falta de água no Rio Paraguay, para onde migrou parte das lavouras. O baixo nível histórico do Rio Paraná também afeta a logística e o transporte dos grãos até a Argentina, de onde partem para a exportação. Isso tem obrigado o setor agropecuário do país vizinho a buscar alternativas de escoamento, principalmente rodoviário.
No último mês faltou água para irrigar algumas lavouras de arroz em regiões específicas, o que poderá impactar no resultado das áreas semeadas mais tarde. Os maiores problemas estão exatamente nas províncias tradicionais da orizicultura paraguaia, casos de Misiones e Itapúa e a Bacia do Rio Tebicuary, que voltou a quase secar. Também é considerada grave a situação das perdas nas lavouras de soja e milho no país vizinho. As plantações de sequeiro estão enfrentando o terceiro ano de secas severas em território paraguaio.