Perdas de até 30% em MT

Relatório sobre os prejuízos foi encaminhado ao Mapa. Informações são mais um argumento ao refinanciamento.

As perdas com o veranico que assola o Estado há três semanas já chegam a 30% na região norte do Estado. Este é o caso do arroz, cuja colheita está no fim, e do milho, que está em fase de desenvolvimento. Este último já acumula perdas de até 20%.

– A safra 06/07 foi totalmente atípica. Tivemos um período de falta de chuva, no começo do plantio, depois chuva em excesso na época da colheita da soja e agora falta chuva novamente para o arroz e o milho. Vamos ter uma quebra significativa nesta safra – lamenta o presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), Antônio Galvan.

O quadro de perdas em Mato Grosso levou os produtores a encaminhar documento ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Reforma Agrária (Mapa), relatando os prejuízos e solicitando a inclusão deste fator nas negociações de refinanciamento das dívidas.

– A situação é preocupante e esperamos que o Ministério considere este fenômeno e autorize a prorrogação das parcelas que estão vencendo – justifica Galvan.

Ele informou que as regiões mais prejudicadas com a falta de chuvas em Mato Grosso estão localizadas no norte, onde as perdas nas lavouras já colhidas de arroz podem ultrapassar 30%.

A área de influência da BR-163 – abrangendo os municípios de Lucas do Rio Verde, Ipiranga, Sinop, Sorriso, Nova Mutum e Tapurah – que responde por mais de 30% da produção total de soja no Estado, é a mais afetada pela falta de chuvas.

– Tem produtor que perdeu 100% da lavoura, por falta de chuvas. Mas, de uma forma geral, houve drástica redução e calculamos que a produção de arroz fique bem abaixo da estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) – frisa Galvan, informando que a colheita de arroz está praticamente no fim.

– Estimamos que mais de 90% de toda a área plantada na região norte de Mato Grosso já foram colhidas.

De acordo com o último levantamento da Conab, divulgado em abril, a previsão para o arroz é de uma produção de 789 mil toneladas, para uma área de 290,4 mil hectares. Para o milho segunda safra, a que ocupa maior área no Estado, estão previstas a colheita de 4,4 milhões de toneladas em uma área de pouco mais de 1,17 milhão de hectares.

– Mas esta safra não vai se confirmar porque as chuvas foram muito irregulares – afirma Galvan.

IRREGULARIDADE – Galvan conta que a situação para os produtores vem se agravando a cada dia porque as chuvas são completamente irregulares.

– Ficamos mais de 20 dias sem qualquer chuva, o que retardou o desenvolvimento das plantas. O milho está na fase de crescimento vegetativo e precisa de chuva. O problema climático virou pesadelo para produtor nesta safra.

As maiores baixas estão nas áreas de milho, com área plantada entre 800 mil a 1 milhão de hectares na região de influência da BR-163 (Lucas, Nova Mutum, Sorriso e outros municípios tradicionais na produção de milho e arroz).

– Até o momento estimamos perdas de até 20% para o milho. Se não chover, a queda será ainda maior.

Lembrou que outro problema que vem atormentando o produtor é o vencimento das parcelas de financiamento do Banco do Brasil.

Os produtores aguardam a prorrogação dos vencimentos das parcelas, pois não estão em condições de cumprir este compromisso. O produtor de arroz e milho vai colher com produtividade baixa e qualidade ruim. Com isso, não conseguirão bons preços – analisa.

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