Pesquisa aponta que pecuaristas estão trocando criações por lavouras

– O gado tem me deixado uma media de R$ 550 reais bruto ao ano. O gado já foi melhor, mas hoje comparando arroz com gado, o arroz está melhor – diz o produtor rural Vítor Antônio Silveira de Oliveira.

As pastagens de gado estão perdendo espaço para a agricultura em todo o país. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os pecuaristas estão deixando as criações para lucrar mais com as lavouras.

Alguns pecuaristas apontam como principais motivos para mudar de negócio o furto de animais, o chamado abigeato, e o maior lucro obtido com a venda do grão. "O arroz tem me dado R$ 650 líquido, por hectare ano. O gado tem me deixado uma media de R$ 550 reais bruto ao ano. O gado já foi melhor, mas hoje comparando arroz com gado, o arroz está melhor", diz o produtor rural Vítor Antônio Silveira de Oliveira.

A situação é a mesma em todo o Brasil. Enquanto a agricultura avança campo afora, recuam as áreas dedicadas à pecuária. A participação da agricultura na produção rural saltou de 45 para 75%, em 10 anos. Já a pecuária caiu de 35 para 20%, de acordo com o levantamento da FGV.

A pesquisa foi realizada com base no censo agropecuário do IBGE. O Brasil tem hoje 205 milhões de cabeças de gado, dois milhões a menos do que em 2005.

Por ter uma rentabilidade mais rápida do que a criação de bois as lavouras atraem os produtores. Mas essa migração não deverá impactar no preço da carne, já que a expectativa é de recuperação.

"O preço da carne pode subir sempre dentro de questões de safras e entressafras, que existem no Brasil, por questões também de frigoríficos, que muitos foram desativados; mas a reposição de terneiros e do rebanho bovino já está sendo conduzido no Brasil e vamos ter uma normalidade de oferta nos próximos anos", diz o consultor agroeconômico, Carlos Cogo.

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