PIB da agropecuária cai 8% no 1º trimestre, puxado pelo clima

 PIB da agropecuária cai 8% no 1º trimestre, puxado pelo clima

Queda na produtividade de soja e arroz por conta de adversidades climáticas derrubou o PIB da agropecuária no 1º trimestre

(Por IBGE) O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira teve retração de 8% nos primeiros três meses de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao último trimestre de 2021, houve recuo de 0,9% e, nos últimos 12 meses, o agronegócio acumulou perda de 4,8%.

O resultado negativo foi afetado pela queda no desempenho de importantes culturas agrícolas. A estimativa para a produção de soja sofreu redução de 12%, enquanto o volume esperado para o arroz diminuiu 8,5%. A adversidade climática, em especial a estiagem na Região Sul, é o principal fator para a baixa na safra apontada pelo IBGE.

Ainda assim, o PIB brasileiro cresceu 1% no período em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 2,25 trilhões. O resultado foi impulsionado pelo aquecimento do setor de serviços, que apresentou avanço de 1% e representa 70% das riquezas geradas pelo País. A indústria manteve estabilidade, com crescimento de 0,1%.

A redução da produtividade da soja e do arroz, principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, não foi o único problema enfrentado pela produção agrícola. As adversidades climáticas no Sul também afetaram o feijão, que deve apresentar recuo de 2%.

Os problemas com o clima no ano passado atingiram ainda as lavouras de café em Minas Gerais, responsáveis por 70% da produção nacional da variedade arábica. Apesar da bienalidade positiva, o volume total esperado caiu 8,9% em junho em relação à estimativa do mês anterior.

O aumento dos custos, sobretudo dos insumos agrícolas, inviabilizou o plantio de diversas culturas em algumas regiões, provocando redução das áreas das lavouras e impacto na diminuição do volume.

Em alguns casos, como o da mandioca, a baixa dos valores pagos aos produtores desestimulou o plantio; apenas em janeiro, a raiz teve redução de 19%. Outras culturas também tiveram recuo nas cotações em comparação a 2021, como batata (5,5%), tomate (7,8%) e uva (12,2%).

Apesar dos resultados negativos do PIB no primeiro trimestre, a expectativa para a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2022 é de crescimento de 3,8% em relação ao ano anterior, segundo o IBGE.

Em junho, a produção total é estimada em 263 milhões de toneladas, com avanço de 0,6% (1,5 milhão de toneladas a mais) em comparação à estimativa anterior. O resultado deve ser garantido pela melhora no desempenho do milho, que sofreu com o atraso no plantio e a falta de chuvas em 2021.

Neste ano, as duas primeiras safras do cereal devem somar 112 milhões de toneladas, em crescimento de 27,6% em relação à temporada anterior, com destaque para a alta de produção de 178% no Paraná e de 81% em Mato Grosso do Sul.

A guerra entre Ucrânia e Rússia, grandes exportadoras de trigo, elevou a cotação mundial, incentivando os produtores brasileiros a produzir o grão. O volume colhido no Brasil deve ser de 8,9 milhões de toneladas, em avanço de 13,6% em comparação ao ano passado.

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