Planeta: arroz oscila em 2018
Câmbio e fluxo de negócios
fazem o ano começar agitado no comércio mundial
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Desde o início do ano, os preços mundiais do arroz se mostram bastantes voláteis devido à redução das reservas dos exportadores asiáticos, o que contrasta com a relativa estabilidade dos preços observada durante o ano de 2017. A análise é do economista francês Patricio Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), que produz relatório mensal sobre o mercado mundial.
Em março, o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) – criado pelo economista – baixou 2,7 pontos, para 210,3 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 213 pontos em fevereiro. No início de abril o índice IPO estava mais firme, em torno de 215 pontos.
Durante o mês as cotações baixaram globalmente influenciadas pelo comportamento da Tailândia e dos Estados Unidos, mas no final do mês tendiam a se revalorizar em quase todos os mercados de exportação estimuladas por novas demandas no Sudeste Asiático e na África Subsaariana. Filipinas, China e Indonésia se mostravam decididas a voltar às compras em maior volume.
O relatório indica que nos Estados Unidos, valores de exportação caíram 5% em março com um mercado pouco ativo. No primeiro trimestre, o México se mantém o principal cliente, com 16% das vendas dos EUA, seguido de Haiti (14%) e Iraque (12%). O long grain 2/4 foi cotado a U$$ 560 a tonelada, contra U$$ 589 em fevereiro. No início de abril, o preço continuava em queda, a U$$ 550. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca subiram com média de U$$ 273 a tonelada, contra US$ 270 em fevereiro. Em abril, os preços futuros continuavam firmes em U$$ 282 a tonelada.
MERCOSUL
No Mercosul, os valores de exportação permaneceram estáveis. A produção diminuirá em 2018. As exportações da sub-região têm sido ativas durante o primeiro trimestre. No Brasil, o preço indicativo do arroz com casca caiu 2% em março, para U$$ 214 a tonelada contra U$$ 218 em fevereiro. No início de abril, o preço tendia a se estabilizar em torno de U$$ 210 a tonelada.
QUESTÃO BÁSICA
Na África Subsaariana, mercado de interesse do Brasil, os preços permanecem estáveis graças à boa disponibilidade de arroz local e importado. Em 2017, as importações deram um salto de 12% em relação a 2016. Quase 75% das importações adicionais foram feitas na África Ocidental, especialmente em países onde as autoridades apontam objetivos de autossuficiência de arroz no médio prazo. Em 2018, as perspectivas são mais favoráveis às disponibilidades internas, com possível redução de 2,5% nas importações.