Por que a crise do arroz é vista como uma das mais preocupantes dos últimos anos

 Por que a crise do arroz é vista como uma das mais preocupantes dos últimos anos

(Por Gisele Loeblein, Zero Hora) O que tem trazido a discussão da crise do arroz à tona é a queda acentuada do preço — em 12 meses, a cotação caiu mais de 50%. Mas os problemas vão além: falta de competitividade e custos em alta. Uma combinação de ingredientes que pode levar à desindustrialização. E que pautou na segunda-feira (13) uma reunião da Frente Parlamentar do Arroz na Assembleia Legislativa no Estado.

Do debate, saíram duas propostas consideradas cruciais e a serem adotadas no curto prazo. A primeira é a isenção da taxa CDO, cobrada por saca de arroz, nas operações voltadas à exportação. Para isso, explica o deputado Marcus Vinícius, presidente da frente parlamentar, é preciso um projeto que parta do Executivo. A medida busca dar maior competitividade ao produto brasileiro no mercado externo.

— A crise é muito maior do que simplesmente a redução de preço. Na verdade, essa redução desmascarou uma série de problemas que o setor vem enfrentando e não percebia quando estava valorizado — observa Tiago Barata, diretor-executivo do Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz).

Aumento do custo de produção, redução de consumo, dificuldade de ampliar o mercado internacional, baixas competitividade e condição competitiva para colocação do arroz gaúcho no mercado brasileiro são os problemas mencionados.

E é justamente para dar mais condição ao produto gaúcho de competir dentro de casa que se busca uma segunda medida: redução da alíquota de ICMS, com equiparação ao Paraná.

Uma reunião com o governo do Estado será buscada agora para alinhar essas demandas.

— A sociedade ainda não tem dimensão da crise em razão da quantidade de coisas que estamos vivendo — afirma Marcus Vinícius.

O diretor-executivo do Sindarroz acrescenta que o custo logístico e de operação tem feito o arroz gaúcho perder espaço para produtos como os do Uruguai. Presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado, Denis Dias Nunes reforça que essa é uma das mais graves crises porque “contingências desfavoráveis aconteceram em conjunto”.

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