Posição de vanguarda

 Posição de vanguarda

Governadora Yeda Crusius: comandou o início da safra gaúcha

Abertura da Colheita confirma sucesso da safra 2008/09
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A 19ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, realizada pelo segundo ano consecutivo na Estação Experimental do Irga, em Cachoeirinha (RS), entre os dias 5 e 7 de março, mostrou por que o Rio Grande do Sul está na vanguarda quando se fala em tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade do setor orizícola. O evento, promovido pela Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz) em parceria com o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), também antecipou o sucesso da safra gaúcha, estimada inicialmente em 7,5 milhões de toneladas (mas que deverá chegar a 7,8 milhões de toneladas, conforme o levantamento da Conab divulgado em 7 de abril)).

O presidente da Federarroz, Renato Caiaffo da Rocha, comemorou os resultados positivos da Abertura da Colheita, cuja programação abordou alguns dos mais importantes temas de interesse da cadeia produtiva, como a aplicação da biotecnologia na lavoura de arroz irrigado e a comercialização do produto em 2009. O primeiro fator destacado por Rocha foi o público, que superou a expectativa inicial de cinco mil visitantes. “A projeção é de que tenham participado de oito a 10 mil pessoas. A programação, a infraestrutura da Estação Experimental do Irga, bem como a boa localização, colaboraram decisivamente para este êxito”, afirmou.

Entre as grandes atrações do evento, Rocha destacou a Vitrine Tecnológica, com 11 expositores, entre centros de pesquisas e empresas de insumos. “O produtor teve acesso às modernas tecnologias de manejo e condução da lavoura, bem como alternativas em várzea e práticas mais limpas, ligadas às questões ambientais. Foi um diferencial importante, numa época em que a lavoura precisa ser competitiva e atender a demandas ambientais significativas”, explicou.

A mesma opinião é compartilhada pelo secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio do RS, João Carlos Machado, que destacou o crescimento quantitativo e qualitativo da lavoura orizícola gaúcha. “Como arrozeiro fiquei muito satisfeito por ver o salto tecnológico e o amadurecimento desta cadeia produtiva, que apresentou tecnologias para o alto rendimento das lavouras e debateu questões vitais para a política setorial. Como secretário, minha satisfação é maior ainda porque o Irga, a Secretaria da Agricultura e o Governo do Estado são agentes desta transformação, desta nova forma profissional de atuar no setor”, enfatizou Machado.

O secretário, que participou da maior parte das atividades da 19ª Abertura da Colheita, elogiou a organização e a programação do evento. “A presença de um número expressivo de produtores demonstra o crescimento desta promoção, cada vez mais importante no calendário da agricultura gaúcha. Agora imaginem se o Rio Grande do Sul, durante todas essas crises, tivesse resolvido parar de produzir ou produzir menos. Nosso produtor, apesar das dificuldades, sempre investiu em tecnologias e buscou ser competitivo. O resultado é essa presença majoritária na produção nacional”, afirmou.

 

 

MAIS RECURSOS
Setor arrozeiro receberá investimentos de R$ 12,25 milhões em 2009A exemplo das edições anteriores, o evento concentrou algumas das principais decisões e anúncios político-setoriais do ano para a cadeia produtiva. A cerimônia oficial da Abertura da Colheita 2008/2009 contou com a presença da governadora do estado, Yeda Crusius, dos presidentes do Irga e da Federarroz, Maurício Fischer e Renato Rocha, do secretário João Carlos Machado e do prefeito de Cachoeirinha, Vicente Pires, que a bordo de uma colheitadeira Massey Ferguson MF 5660 percorreram a Vitrine Tecnológica e realizaram a colheita simbólica da primeira área de arroz colhida no RS.

A governadora Yeda Crusius também anunciou o repasse de R$ 12,25 milhões ao setor orizícola do Rio Grande do Sul. Deste volume, R$ 7 milhões são para pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia ao arroz, através da Fundação Irga, R$ 4 milhões são para a nova sede do instituto, R$ 900 mil irão para a construção da Casa do Arrozeiro Gaúcho em 10 cidades e R$ 350 mil serão aplicados pela Federarroz na execução do monitoramento do ingresso de arroz importado e na organização da 20ª colheita, em 2010.

De acordo com Renato Rocha, a Federarroz já trabalha para a realização da 20ª Abertura Oficial da Colheita, que será realizada em Camaquã (RS) em março de 2010. Em 2011 a sede do maior evento da produção orizícola da América Latina deverá ser em Restinga Seca.

Cadeia produtiva anunciou demandas
A cerimônia oficial de Abertura da Colheita também foi palco de algumas críticas ao Governo Federal. O presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Carlos Sperotto, lastimou a ausência do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e criticou o entusiasmo da mídia em relação às manchetes dos jornais do dia, que divulgaram o lucro de R$ 33,9 bilhões obtido pela Petrobras. Sperotto lembrou que os produtores de arroz abastecem seus tratores e colheitadeiras com o combustível mais caro do mundo e ainda assim precisam ser competitivos.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, analisou as dificuldades enfrentadas pelos produtores ao longo do ano para chegar aos níveis de produção e produtividade alcançados pelos arrozeiros gaúchos ao longo de 2008: intempéries climáticas, alta dos custos de produção, falta de crédito para atender todos os produtores e assimetrias do Mercosul, além do peso da carga tributária imposta ao setor.

Rocha solicitou a imediata aplicação da Lei 12.427, que prevê a pesagem de cargas e análise fitossanitária de grãos originários de outros países, bem como a Lei 12.685, que determina a cobrança de taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) sobre o arroz importado, a fim de coibir a entrada de arroz irregular no estado, bem como fiscalizar a sanidade de grãos que entram no Rio Grande do Sul.

O deputado Luiz Carlos Heinze, por sua vez, defendeu a necessidade do setor trabalhar para desfazer os efeitos dos decretos de 2008 do Governo Federal no que diz respeito ao meio ambiente e ao mesmo tempo trabalhar para a criação de um novo código ambiental e florestal adequado à realidade atual da agricultura brasileira. “Se cumprirmos ao pé da letra este decreto, no mínimo 60% da lavoura de arroz deixa de existir no RS”, alertou.

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