Pra fechar a conta

 Pra fechar a conta

Luz: evolução de 7% nos preços em 2014

Farsul indica variações
e projeta 2015 para o
arroz do Rio Grande do Sul
.

O custo operacional total do arroz (COT), que considera o desembolso direto e as depreciações, atingiu em setembro de 2014 um gasto por hectare de R$ 4.979,00, valor 2% acima do mesmo mês de 2013. Ainda em janeiro de 2014, o custo de produção somou R$ 5.034,00 por hectare. A afirmação faz parte do Relatório Econômico 2014 e Perspectivas para 2015 da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), assinado pelo economista Antônio da Luz.

Segundo o estudo, os principais vilões do aumento no custo na comparação de setembro de 2014 com o igual período do ano anterior (2013), por ordem de importância percentual sobre o custo, foram o diesel, com alta de 7%, a secagem e armazenagem (8%), a mão de obra e o frete (7%) e os herbicidas (3%). Já fertilizantes reduziram 7% nos preços até setembro. “Os arrozeiros serão submetidos ainda nesta temporada a forte aumento no custo de irrigação, que representa 11% do custo operacional total, pela elevação das taxas de energia elétrica que já começaram”, diz o economista.

Ainda segundo ele, a margem de lucro da lavoura de arroz em relação ao custo operacional total, ou seja, todos os custos menos o da terra, é estreita e a relação risco/retorno é alta. O lucro é baixo em relação tanto ao investimento necessário quanto ao desembolso anual. “Sabendo disso, comprar os insumos é parte importante do processo, pois nem todo aumento de receita se converte em lucro, mas toda a redução de custos sim”, alerta Antônio da Luz.

INSUMOS
Dentro de margens estreitas, comprar insumos ganha maior importância. O melhor momento para comprar fertilizantes tem sido maio, enquanto herbicidas é em fevereiro e inseticidas em agosto. “São momentos em que o produtor costuma estar descapitalizado, justamente por isso as vendas são baixas e os preços também. Entretanto, com a organização do fluxo de caixa e algum sacrifício é possível uma reprogramação financeira que possibilite comprar fora das épocas típicas. O resultado vale a pena”, comenta.

Antônio da Luz destaca que é possível ter uma economia de R$ 85,08 por hectare de arroz seguindo tais recomendações, segundo a média dos últimos cinco anos. A redução pode parecer pequena, já que em relação ao COT a economia é de apenas 2%. “Mas, considerando-se que a economia se converterá em lucro e a margem da lavoura arrozeira em 2014 foi R$ 762,00 por hectare, essa economia se converte em crescimento de 11%”, enfatiza. “E no ano passado (2013), de margem de lucro menor, a lucratividade teria sido 19% por comprar melhor, reforçando a necessidade de adquirir bem os insumos e justificando-se o esforço da gestão do caixa”, acrescenta.

FIQUE DE OLHO
O estudo da Farsul aponta que arroz é o único grão cujo preço foi mais alto em todos os meses de 2014 comparado com o igual período do ano anterior. A valorização foi de 7%, conferindo ao cereal um aumento de receita não verificado em nenhum outro grão analisado. “Mesmo com o aumento dos custos de produção em pouco mais de 2%, a elevação da receita de 7,6% permitiu que a lavoura de arroz tivesse um lucro sobre o COT de R$ 762,01 por hectare neste ano, um belo salto de 66% em relação ao ano anterior. Ainda é pouco se comparado ao custo, mas tivemos no arroz um bom ano, sem dúvida”. O cenário internacional e a robustez das exportações têm sido determinantes para o bom momento do setor.

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