Preço da Commodity continuará pressionando inflação em 2013
De acordo com Élcio Bento, analista da Safras&Mercado, é difícil calcular o valor do arroz para o ciclo que está prestes a se iniciar porque existe uma forte influência das cotações e das safras do mercado internacional, mas caso o cenário atual se mantenha os valores continuarão elevados em 201.
O Brasil enfrentou uma quebra de safra de arroz no ciclo 2012/13 (que termina neste mês) que, somada à redução da oferta em países fornecedores como Argentina, Paraguai e Uruguai, levou ao aumento do preço do alimento. De janeiro de 2012 até o mês passado foi observada alta de 34,83% no preço do arroz no Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a
perspectiva para este ano é de que a produção da safra 2013/14 que se inicia em março não será suficiente para compensar a redução dos estoques. Por consequência, o preço do produto ao produtor e ao consumidor devem continuar elevados. Este material faz parte da "Perspectiva Macro" exclusiva da Agência CMA.
De acordo com Élcio Bento, analista da Safras&Mercado, é difícil calcular o valor do arroz para o ciclo que está prestes a se iniciar porque existe uma forte influência das cotações e das safras do mercado internacional, mas caso o cenário atual se mantenha os valores continuarão elevados em 2013.
No último ano o preço do arroz subiu 16,1%, alta maior do que a registrada pelo milho e pelo trigo, que também registraram quebra de safra. O mercado brasileiro de arroz iniciou o mês de fevereiro com preços 26,5% superiores aos praticados no mesmo período do ano anterior.
O primeiro relatório de oferta e demanda mundial para este ciclo, que deve mostrar a direção dos preços da próxima safra, deve ser publicado em maio. "Para este ano os preços podem até começar a se acomodar, mas não voltarão ao patamar de 2011", avalia Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria.
Para a safra 2013/14 é esperada produção de 12 milhões de toneladas de arroz, 483 mil toneladas a mais do que a registrada no último ciclo, entretanto, o mercado interno está com 949 mil toneladas a menos do que havia em estoque no início da safra anterior, totalizando 1,620 milhão de toneladas.
Segundo Bento, os números revelam que não há motivos no lado da oferta que justifiquem preços abaixo dos praticados durante o ano comercial 2012/13 que se encerra neste mês de fevereiro. "A produção aumenta, mas em função dos estoques, ficamos com menos. O nosso consumo se mantém sem grandes oscilações, mas também não é pelo consumo que se ajusta a queda da produção. Devemos reduzir as exportações", avalia o analista.
A exportação, que foi de 1,35 milhão de toneladas em 2012/13, deve ser reduzida para 900 mil toneladas neste ano fiscal. Atualmente, o Brasil a maior parte do arroz enviado ao mercado externo segue para a África e uma fatia menor é exportada para América do Norte e Europa. Por outro lado, será preciso aumentar a importação, passando de 950 mil toneladas na safra passada para 1 milhão de toneladas neste ano, segundo a Safras&Mercado.
Outro fator que deve pesar sobre o preço do arroz é a taxa cambial. Como as cotações do mercado doméstico são baseadas nos preços internacionais, o salto de R$ 1,70 para R$ 2 foi desfavorável para o setor no ano passado e o recuo para R$ 1,95 observado no fechamento do pregão ontem não deve aliviar a pressão. Dessa forma, os produtores brasileiros perdem competitividade com os fornecedores do Mercosul. "Temos um custo de produção que torna o produto menos competitivo. O preço de referência é de US$ 12,50, mas os produtores dizem que isto ainda está longe do custo de produção", explica Bento.
Segundo Paulo Picchetti, coordenador do Indice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a elevação de preços de alimentos por questões sazonais é comum, mas a trajetória seguinte costumava mostrar que os índices retornavam ao seu padrão habitual. Contudo, desde 2005 os alimentos têm alçado patamares cada vez maiores e sem desacelerações significantes no longo prazo. As informações são da Perspectiva Macro da
Agência CMA.
1 Comentário
dizem q a dilma vai despachar o Min. da Agricultura por causa da elevaçao dos preços do Arroz e do caso de Vaca LOuca do Parana. como se a inflaçao tenha causa np preço dos alimentos…E ruim heim..