Preço do arroz começa a reagir no Sul
SAFRAS indica sinais de recuperação no mercado.
O mercado doméstico de arroz em casca fecha o mês de fevereiro bastante calmo e com pouquíssima liquidez. Porém, o preço já começa a apresentar sinais de recuperação nas praças do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
– Tal panorama se justifica pela maior retração da oferta por parte dos produtores gaúchos, que aguardam os efeitos dos mecanismos de comercialização que serão colocados em prática a partir do início de março – explica o analista de SAFRAS & Mercado, Tiago Barata.
Nas praças do Centro-Oeste, a liquidez também é baixa. No entanto, em função do baixo interesse de compra das indústrias que estão com as vendas bastante reduzidas às redes varejistas e da oferta crescente de produto que vem sendo colhido, o mercado apresenta-se enfraquecido nas praças de comercialização do Mato Grosso e calmo nos demais estados produtores.
A colheita avança nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, embora a segunda quinzena do mês tenha sido marcada pela freqüente ocorrência de chuvas nos dois estados.
– A expectativa é de que a produtividade seja boa, mas não deve superar a os resultados obtidos na safra passada – comenta o analista.
Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), algumas lavouras já sofreram prejuízos co a ocorrência de granizo e acamamento em decorrência de fortes ventos e chuvas, principalmente na Fronteira-Oeste do Rio Grande do Sul.
Atualmente, o estoque público de arroz é de 1.063,7 mil toneladas, um volume 26% menor do que a posição em fevereiro do ano passado. Conforme o Barata, analisando a distribuição deste estoque no país, percebe-se que ainda existe uma concentração muito grande no Rio Grande do Sul; uma concentração que inclusive vem crescendo com a liquidação de estoques nos demais estados.
– Cerca de 82,17% do arroz público encontra-se depositado nos armazéns gaúchos, enquanto que Mato Grosso e Santa Catarina detêm respectivamente 8,38% e 7,78% do cereal público – completa.