Preço do arroz começa a recuar após alta de 40% em 12 meses
Mas, depois da tormenta sempre vem a calmaria, pelo menos no mercado, afinal, o tempo segue instável e muito chuvoso no estado gaúcho, guiado pelo fenômeno El Niño, responsável por provocar chuvas mais volumosas que o normal, trazendo mais apreensão aos produtores dessa região. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil.
Confira o que diz Ovidio Ferronato, corretor de mercadorias e sócio da Mercado, corretora associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, sobre o atual cenário no mercado e as perspectivas para os próximos meses.
BBM – Primeiro, a que se deve essa alta de 40% no acumulado de 12 meses?
OF – Esta valorização se deu, basicamente, pela grande exportação de arroz, tanto em casca quanto beneficiado dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Com o dólar em alta nos meses de julho e agosto e a grande procura por este produto nos mercados, principalmente da América Central, o Brasil encontrou grandes fronteiras para o escoamento da safra. E para acompanhar o mercado, o consumidor interno teve que se adequar a pagar pela paridade de preço internacional do arroz.
BBM – Como o mercado reagiu a essa valorização?
OF – O mercado interno não aceitou muito bem esta elevação de preços, tanto é que produtos de segunda ou terceira linha foram os mais consumidos. Arroz é alimento de cesta básica e os maiores consumidores são da classe baixa e, estes, estão com o poder aquisitivo cada vez mais baixo, o que explica essa busca por opções mais em conta.
BBM – Como estão os estoques de arroz no RS?
OF – Os estoques no Rio Grande do Sul nunca estiveram tão baixos como agora. A safra está sendo estimada em 10,8 milhões de toneladas e, se o dólar estiver convidativo, possivelmente teremos muitas exportações pela frente e será outro ano com preços elevados, afinal, o consumo nacional é de 900 mil toneladas/mês (base casca).
BBM – Depois dessa alta, como estão os preços agora e quais as tendências para o curto e médios prazos?
OF – Desde o início do mês, os preços estão estabilizados com tendência de baixa. Daqui para frente, o normal é baixar os preços, até porque, a safra 23/24 está sendo colhida. Paraguai e Santa Catarina já estão com as colheitadeiras nas lavouras. O Rio Grande do Sul plantou mais tarde, então, teremos arroz sendo colhido também em abril, isto faz com que o “psicológico” dos compradores “puxe” o preço para baixo. De qualquer forma, não acredito que o arroz vá baixar de R$ 110,00 a saca em plena colheita.
Outro fator importante será a quebra que teremos este ano. No Paraguai, as perdas estão estimadas em cerca de 15% segundo informações, enquanto na Argentina, as chuvas desta semana chegando a 300 mm colocaram todas as lavouras de embaixo de água. No RS ainda não temos os números concretos.
2 Comentários
Exelete colocação por isso acredito que o arroz não vai cair as lávoura q estão em face de floração estão pegando dias muito ruins eas lavouras do tarde pior ainda acho q ce manten.
Bem esplanado mesmo, mas não teria erro de edição, onde está ” la Nina” deveria ser el Nino. Mas provavelmente o arroz possa haver repique fim fevereiro ou março, por conta se tudo correr muito bem, colheita maior só em meados de abril.