Preço do arroz em casca atinge maior nível do ano
Desde janeiro já ocorreram 18 leilões de PEP para o Brasil, com oferta de 2,2 milhões de toneladas e negociação de 1,5 milhão de toneladas.
Embalado pelo bom resultado das exportações, o preço do arroz em casca atingiu a maior média do ano-safra 2010/2011 e o maior patamar nominal desde dezembro de 2010. Importações menores, exportações recordes e mecanismos governamentais bem sucedidos promoveram uma expressiva recuperação dos preços pagos aos produtores.
Os preços do arroz em casca acumulam uma valorização de 34,7% entre junho e novembro de 2011. O preço médio do arroz em casca ao produtor no Rio Grande do Sul subiu para R$ 25,69 por saco de 50 Kg, um valor 34,7% ou de R$ 6,62 por saco de 50 Kg superiores à média de R$ 19,07 por saco de 50 Kg, registrada na primeira semana de junho deste ano.
O preço médio atual do arroz em casca ao produtor no Rio Grande do Sul, de R$ 25,69 por saco de 50 Kg, acima dos R$ 25,20 por saco de 50 Kg da semana anterior e R$ 22,75 por saco de 50 Kg na primeira semana de agosto. O preço acumula uma alta de 1,9% em uma semana e de 7,0% nos últimos 30 dias. Em relação ao preço médio registrado há um ano, o preço atual já está nominalmente 1,3% acima. Nesta mesma semana do ano passado, a cotação do arroz era de R$ 25,36 por saco de 50 Kg. A valorização dos últimos 30 dias reflete uma conjuntura de baixa oferta no mercado por parte dos produtores que ainda têm arroz nos armazéns, pois a maior parte dos estoques está na mão do governo federal, recolhidos via mecanismos de escoamento e comercialização, ou das grandes indústrias. Aumenta a escassez de arroz em casca de qualidade e livre (não vinculado a Contratos de Opções, compromissos de PEP, etc.) em algumas regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Existem elevados estoques, mas uma parte expressiva estaria indisponível para ser destinada a operações de mecanismos do governo federal (AGF, Opções, PEP, etc.).
O volume exportado nos oito primeiros meses do ano-safra 2010/2011 (que vai de março de 2011 a fevereiro de 2012) atingiu 1,394 milhão de toneladas, um novo recorde histórico para as exportações do cereal. O resultado positivo pode ser atribuído ao bom desempenho dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) realizados pelo Governo Federal.
Desde janeiro já ocorreram 18 leilões de PEP para o Brasil, com oferta de 2,2 milhões de toneladas e negociação de 1,5 milhão de toneladas. O volume exportado no ano-safra 2010/2011 coloca o Brasil entre os 6 maiores exportadores mundiais de arroz, mercado liderado pela Tailândia. Considerando que ainda faltam quatro meses para finalizar o ano-safra 2010/2011, a projeção é de que as exportações atinjam entre 1,6 e 1,8 milhão de toneladas base casa.
As importações de arroz sofreram forte recuo em outubro, recuando para 46,8 mil toneladas (base casca), contra 103,1 mil toneladas em setembro e 92,2 mil toneladas em agosto. No período de março a outubro (ano-safra 2010/2011), foram importadas 539,7 mil toneladas, montante 23% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. A média mensal das importações no ano-safra 2010/2011 é de 67,5 mil toneladas. Mantida essa média, no ano-safra 2010/2011 as importações brasileiras de arroz deverão atingir 809 mil toneladas (base casca). O quadro de oferta e demanda estará mais ajustado em 2012.
A produção nacional de arroz deverá ficar entre 11,9 milhões de toneladas e 12,5 milhões de toneladas na próxima safra 2011/2012, queda de 8,0% a 12,1%, contra os 13,613 milhões de toneladas da safra passada (2010/2011). Essa queda está relacionada ao arroz da região Centro-Sul do Brasil, uma vez que nas regiões Norte e Nordeste o plantio começará a partir do final do ano e os produtores não tem definição sobre o tamanho da área que irão cultivar.