Preço do arroz no varejo sobe 17% em dois meses no Mato Grosso
Nos últimos 60 dias, a alta acumulada está entre 15% e 17%, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindarroz), Joel Gonçalves Filho.
Além da indústria de arroz em Mato Grosso estar prejudicada pela falta do produto para beneficiar, a queda na safra do grão está provocando um outro problema, a elevação do preço no varejo. Nos últimos 60 dias, a alta acumulada está entre 15% e 17%, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindarroz), Joel Gonçalves Filho. Enquanto isso, o arroz vindo do Rio Grande do Sul está indo na direção contrária, com pequena queda de preço, só piorando a situação da indústria local. Por isso, Gonçalves acredita que os preços do grão mato-grossense devam se estabilizar.
– Não há mais como repassar um valor maior para o varejo, se não perderemos mercado.
Mas um dos donos do Supermercado Modelo, Altevir Magalhães, vislumbra outro cenário. Para ele, como o estoque de arroz em Mato Grosso é pequeno, até o início da próxima safra, que acontece em janeiro, o preço deve subir mais.
O grande problema, segundo Magalhães, é que o Estado depende do pouco estoque do governo e dos produtores. Conforme ele, alguns produtores estão segurando o grão porque o mercado está “firme” com tendência de alta. O empresário também chama atenção para o fato do arroz ter passado um bom tempo com valor baixo, o que levou ao aumento considerável do consumo. Por esses dois motivos, de acordo com ele, a previsão é que o preço do grão fique pressionado até a próxima safra.
No ano passado, Magalhães diz que essa oscilação de preços não ocorreu porque a safra foi maior.
– Desde junho o mercado de arroz já vem firme. Mas ainda tínhamos estoque no Estado, agora ele está acabando. Até pouco tempo atrás também tínhamos mais indústrias, hoje são poucas, justamente pela falta do produto. É visível nas prateleiras a redução de marcas de Mato Grosso.
O presidente do Sindarroz confirma que o produtor segurou o arroz, mas observa que não há como manter isso por muito tempo porque o estoque está baixo. A alta no preço do varejo começou há 60 dias, mas se acentuou nos últimos 20 dias, como diz Gonçalves.