Preço preocupa arrozeiro gaúcho
(Por Patrícia Feiten, Correio do Povo) Na reta final da semeadura do arroz, o descompasso entre os preços do grão e os custos da lavoura aumenta a preocupação dos produtores com a comercialização da safra. O valor da saca caiu na quarta-feira para R$ 64,49, o menor patamar em termos nominais desde julho de 2020, de acordo com o Cepea, da Esalq/USP. No mês, a queda das cotações é de 5,58%. Entidades do setor veem na retomada das exportações a alternativa para equilibrar as contas.
“Se tomarmos por base (os valores) desde a entressafra passada, o preço ao produtor já caiu mais de 30%”, afirma o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho. Em outubro do ano passado, a cotação da saca chegou a R$ 106,34, marca recorde. A perda fica mais nítida quando os preços são confrontados com estimativas de custo para a produção da saca. Na safra 2020/2021, esse gasto foi calculado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em R$ 72,73.
Para Velho, os preços atuais tornam o grão brasileiro competitivo no mercado internacional. O câmbio favorável e a quebra de safra nos Estados Unidos, afirma, deverão favorecer as exportações na virada do ano. Segundo o agricultor, o governo do México deve prorrogar a isenção de tarifa de importação para o arroz em casca do Brasil. Anunciada em abril e válida até 31 de dezembro, a medida foi limitada à cota de 75 mil toneladas do grão, e a expectativa é que esse limite seja ampliado para até 250 mil toneladas.
Os produtores também prospectam negócios com a indústria de proteína animal, que vem optando pelo uso do farelo de arroz como substituto do milho na composição das rações, segundo o coordenador da Comissão do Arroz da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong. Um levantamento da entidade sinaliza que, para cobrir as despesas da safra atual, o produtor terá de negociar a saca a R$ 76,32. Diante do cenário de preços baixos e custos baixos, a recomendação da Farsul é que no próximo ciclo os produtores invistam na rotação de culturas, especialmente a soja. “Esta é uma safra que acendeu a luz amarela”, destaca Schardong.
2 Comentários
Preços baixos e Custos baixos???….não entendi!!! Outra coisa… Se o custo 20/21 foi 72,73… Esse ano adubo, diesel, maquinas, ureia, luz, herbicidas quase duplicaram como chegaram a esse custo de 76 para a próxima safra! Exportações não vão aumentar tá visto! Reduzir custo impossivel! Solução muito simplória essa da matéria… Quando avisei para reduzir área já esse ano deram risada de mim! Disseram que o arroz iria a 120 de novo! A economia brasileira está focada no populismo barato! Ano que vem temos que reduzir para 800.000 hectares no RS… Temos que plantar mais soja, mais milho, mais trigo! Ou não plantar! É a única forma de garantir preços remuneradores. Não adianta correr atrás do governo. Ninguém vai fazer nada! Só querem comida barata pro povão! Ainda mais em ano de eleições! Não se assustem se o arroz não bater a casa dos 47 pilas no ano que vem!!! Plantaram demais de novo! Por conta e risco! Aguentem os prejuizos…
Até que enfim um comentário de fundamento Sr. Flavio, mas não precisa enrolação, em resumo o senhor esta correto no que falou, o que manda é a lei da oferta e da procura, tem oferta e não tem procura, preço cai, tem procura e não tem oferta, preço sobe.
O produtor tem que trabalhar a rotação de cultura e a gestão da propriedade. Não adianta colocar a culpa na indústria como o senhor sempre faz, esquece a indústria, a indústria não tem culpa de nada, como qualquer outro negócio, a indústria sempre vai primar pela rentabilidade, isso não tenha dúvidas, é simples seu Flavio, o senhor que sempre tá uma conversinha mole chamando a indústria de vilã dos preços baixos ao produtor.