Preços aos produtores andam de lado. Câmbio restringe exportações

 Preços aos produtores andam de lado. Câmbio restringe exportações

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) O mercado de arroz no Sul do Brasil apresentou uma semana com preços estabilizados, em trajetória lateral diante de um cenário de produtores ainda resistindo a ofertar, indústria relativamente abastecida e com aquisições dentro da programação normal – até um leve enfraquecimento – porque várias estão compradas no Mercosul até julho/agosto e com recebimento destas cargas atrasado. De sua parte, o varejo mantém a rotina de demanda pontual com “compras da mão para a boca”, sem nenhum sinal de aquecimento.

O mês de maio encerrou com valorização de apenas 1,27%, praticamente a inflação do mês, com o arroz cotado a R$ 71,68, por 50 quilos do grão em casca, em média, no Rio Grande do Sul, valor equivalente a US$ 15,09 pelo câmbio no dia 31 de maio. São números do indicador de preços do arroz em casca, monitorado pelo Cepea/Irga. Em Santa Catarina a média ficou abaixo deste padrão, variando entre R$ 65,00 e R$ 66,00 para o grão com 55% acima, segundo o Cepa/Epagri.

O agricultor segue de costas para o mercado, preocupado em fechar as contas do final da colheita.
Acredita, também, em uma alta mais significativa dos preços por interferência de fatores globais, como uma eventual retirada da Índia do rol de exportadores – o que tem sido descartado pelo governo do país – e as dificuldades produtivas dos Estados Unidos, além do impacto da guerra na Ucrânia, que poderia ampliar a demanda por arroz em substituição ao trigo.

No Conesul o problema é o excesso de oferta concentrado de Santa Catarina para baixo, alcançando Uruguai, Argentina e Paraguai.

Nos Estados Unidos, confirma-se mais uma vez a previsão de uma colheita mais modesta a partir de agosto, mas os números finais devem sair ao final deste mês, no dia 30, e com poucos hectares a serem semeados, a dimensão da área nas regiões de plantio de arroz longo fino, nem foi tão substancial.

Internamente, há expectativa de que no início desta semana, finalmente, o Irga divulgue os números finais da safra, se não ficar para o dia 16 de junho, quando ocorre a Abertura Oficial da Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) em Cachoeira do Sul, com a instalação do Governo do Estado naquele município.

Diante deste quadro e com a apreciação do Real, o movimento no porto de Rio Grande, na área do arroz, é baixo. Dois navios estão saindo em direção ao México, com dólar travado a R$ 75,00/R$ 76,00 porto (50kg), um navio de quebrados também foi embarcado para a Europa e há expectativa de mais um barco zarpar com arroz em casca e parboilizado nos próximos dias. Muito pouco para as projeções e as necessidades locais.

A semana deve ser movimentada com alguns anúncios importantes. O Irga deverá anunciar formalmente o resultado da safra de arroz – e culturas em várzeas – e a Conab e o IBGE apresentarão novas projeções da colheita de verão 2021/22. No caso do arroz, se prevê um ajuste para números mais próximos de 11 milhões de toneladas produzidas.

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