Preços estáveis e colheita no final

A boa comercialização do leilão de contratos de opção desta semana, a expectativa para o da próxima semana e a repercussão dos números dos levantamentos da Conab e do IBGE, mantém o mercado andando de lado. A colheita no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é que acelerou e está perto do fim.

Os preços do arroz em casca no Sul do Brasil praticamente se mantiveram inalterados com relação à semana passada, com pequenas variações acima e abaixo, em cidades e indústrias pontuais. Na última terça-feira, algumas empresas chegaram a operar com redução de até R$ 0,50 nas cotações do arroz, algumas destas acabaram voltando atrás.

Outras fecharam a semana com retração de poucos centavos. Algumas chegaram a aumentar a cotação entre 10 e 20 centavos e razão da concorrência localizada, principalmente para variedades nobres.

Os analistas seguem apontando uma tendência de alta para o mercado dentro de 60/90 dias e enfatizando a importância da manutenção dos atuais mecanismos de comercialização do governo federal para a atual estabilidade. A possibilidade de liberação de PEP entre R$ 2,50 e R$ 3,50 para o arroz gaúcho e catarinense com destino ao Nordeste e ao Norte brasileiros, também gera expectativa na indústria.

O mercado confirmou uma estabilidade que já vinha sendo indicada na semana anterior, por conta dos números anunciados pela Conab e IBGE, que prevêem uma safra deficitária entre 1,7 e 2 milhões de toneladas diante do consumo nacional de 13 milhões de toneladas. A redução produtiva do Mercosul, principalmente da Argentina, também é um sinalizador de alta dos preços internos no segundo semestre.

Espera-se que ao menos até setembro os preços brasileiros se mantenham entre os R$ 22,00 do mínimo e R$ 26,00, por interferência do Preço de Liberação de Estoques do governo federal e, também, da paridade de preços internacionais. O varejo continua morno, sem apresentar indicação de maior força nas compras. Principalmente nesta primeira quinzena do mês.

Os preços do arroz em casca se mantiveram num patamar de R$ 20,00 a R$ 21,00 nas principais regiões gaúchas para produto de 50 quilos com 58% de grãos inteiros. Pelotas e Camaquã, Itaqui e Uruguaiana mantêm cotações médias na faixa de R$ 21,00 para o arroz colocado na indústria. Capivari do Sul e Santo Antônio da Patrulha, indica R$ 24,00 para as variedades nobres e com 63% de grãos inteiros. São Borja e Itaqui, acenam com R$ 21,00 a R$ 22,50, dependendo da qualidade.

A Emater/RS indica média de preços de R$ 20,52 para o arroz posto na indústria e o Cepea/Esalq, R$ 20,79, os dois com ligeira queda frente aos preços da semana passada.

OUTROS ESTADOS

Em Santa Catarina o mercado é firme, com preços médios em torno dos R$ 22,00 para a saca do arroz em casca com 58% de grãos inteiros A colheita entra na reta final.

No Mato Grosso, os produtores estão segurando o Primavera de melhor qualidade e ofertando o arroz “fraco”. Na semana anterior houve ligeira baixa, mas esta se refere à qualidade do produto oferta. Arroz de boa qualidade segue com procura e preços mais ajustados, entre R$ 23,00 e R$ 23,50. Chega a Cuiabá por R$ 28,00 (final).

A estimativa de mais uma quebra significativa nesta safra, perto de 100 mil toneladas, diante da expectativa da Conab, também reduziu a pressão baixista no mercado. No setor, o comentário geral é de que, salvo uma recuperação muito significativa nos preços do produto este ano, boa parte da área que vinha sendo dedicada à cultura deverá ser cultivada com cana-de-açúcar.

BENEFICIADO

Em algumas regiões, esta semana registrou queda nos preços do arroz beneficiado. A indústria segue perdendo a queda de braço com o varejo, principalmente pela entrada de marcas menos expressivas em São Paulo com preço final de R$ 28,00 a R$ 29,00 (fardo 30 quilos/tipo 1). Os preços à vista variam de R$ 28,00 a R$ 39,50, com concentração maior na faixa entre R$ 31,00 e R$ 33,00. A indústria segue dando prioridade de compra ao arroz depositado. A média recuou R$ 0,50, ficando em R$ 32,00.

O preço médio da saca de 60 quilos, para negociação dentro do Rio Grande do Sul (Fob) fica entre R$ 41,00 e R$ 43,00, apresentando ligeira queda Chega a São Paulo entre R$ 52,00 e R$ 56,00. O fardo do arroz do tipo 1, 30 quilos, também recuou, registrando média de R$ 32,00. O varejo segue ofertando bastante produto a preços entre R$ 6,00 e R$ 8,00.

TENDÊNCIAS

O mercado segue acompanhando com expectativa os leilões de contrato de opção e a velocidade de colheita. Neste momento, há um equilíbrio, com a oferta normal de produto, sem grande pressão por parte do produtor ou do Mercosul, que não alcança preços compensatórios na venda para o Rio Grande do Sul e projeta preços melhores no segundo semestre.

Analistas de mercado mantêm a expectativa de preços entre R$ 20,00 e R$ 21,00 durante o mês de abril para o arroz em casca ao produtor gaúcho. Entre R$ 22,00 e R$ 24,00 para o arroz do Mato Grosso e entre R$ 21,00 e R$ 23,00 para o catarinense. O Sul deste estado entre, R$ 20,50 e R$ 22,50, pela influência do mercado gaúcho.

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