Preços recuam, mas são 30% superiores a 2008
Autoria: Mariana Perozzi *.
Os preços do arroz branco longo fino polido tipo 1, embalagem de cinco quilos, recuaram 4,4% no mercado varejista do interior de São Paulo e 9,1% no varejo gaúcho durante o primeiro trimestre de 2009, segundo pesquisa exclusiva da Natural Consultoria e Comunicação/Sistema de Informações Agroindustriais do Arroz Brasileiro. Apesar da queda, os preços do varejo estão num patamar cerca de 30% superior ao observado no mesmo período de 2008.
No interior de São Paulo (cidade de Piracicaba) a média de preços passou de R$ 11,70/embalagem de cinco quilos em janeiro de 2009 para R$ 11,19 em março deste ano. Já no interior do Rio Grande do Sul (cidade de Pelotas) a variação foi um pouco mais percebida pelos consumidores: os preços do arroz agulhinha passaram de R$ 9,55 para R$ 8,68 no período.
Durante este trimestre os preços do arroz agulhinha tipo 1 no varejo gaúcho estiveram em média 18% mais baixos que os paulistas. A proximidade ao polo nacional de produção e industrialização de arroz no Brasil pode representar um fator de maior pressão sobre as cotações varejistas gaúchas em comparação com as paulistas. É provável que no Rio Grande do Sul o impacto da entrada da safra arrozeira no mercado seja sentido numa velocidade mais rápida que em São Paulo.
Quanto ao arroz parboilizado, a pesquisa da Natural Consultoria e Comunicação aponta também para o recuo dos preços no trimestre. Segundo o levantamento, o pacote de cinco quilos baixou 5,1% no varejo do interior paulista e 27,5% no varejo gaúcho. Esta queda expressiva no Rio Grande do Sul deve ser interpretada com cautela, uma vez que em janeiro de 2009 este produto registrou forte elevação (de quase 30%) nos supermercados acompanhados por nossa equipe. Este movimento foi de certo modo atípico e pontual, já que no mês seguinte (fevereiro) os preços retornaram ao seu patamar mais comum, caindo cerca de 25%.
Os consumidores das demais categorias de produtos encontraram no Rio Grande do Sul preços com tendência de queda ou estabilidade ao longo do primeiro trimestre de 2009. Porém, os paulistas sentiram preços em elevação para algumas categorias especiais de arroz, como o tipo oriental (alta de 38,5% entre janeiro e março para o produto em embalagem de um quilo) e o carnaroli italiano (alta de 13,5% no período, pacote de um quilo).
Destaques nas gôndolas
A equipe da Natural Consultoria e Comunicação observou durante as visitas aos supermercados neste trimestre a diminuição da oferta de produtos de marca própria, os quais costumam ser comuns nas prateleiras.
Ao mesmo tempo os consu-midores paulistas têm encontrado novos produtos à venda nos últimos meses. Um exemplo observado por nossa equipe nos supermercados visitados durante o mês de fevereiro foi o Super Eco, arroz com selo verde da Pilecco Nobre Alimentos, que chegou custando cerca de R$ 4,00 a embalagem de um quilo e quase R$ 13,00 a embalagem de cinco quilos. Havia também o parboilizado Piatto D’Oro, da gaúcha Stival Alimentos (R$ 3,00/pacote de um quilo e R$ 12,00/pacote de cinco quilos). Outro produto ainda pouco conhecido entre os consumidores do interior paulista é o arroz agulhinha da Cooperativa Agroindustrial Lar, do Paraná, que custava cerca de R$ 11,00/pacote de cinco quilos (polido) e R$ 10,40/pacote de cinco quilos (parboilizado) em fevereiro.
Para inovar, a Josapar Alimentos trazia o arroz Tio João branco longo fino polido numa bonita lata de três quilos. O “agrado”, porém, pesa mais no bolso do consumidor: R$ 15,00/lata em fevereiro de 2009.
No momento da pesquisa chamou a atenção a forte discrepância nos preços de alguns produtos que classificamos como Especialidades, dependendo do supermercado. Em um supermercado (C) do interior paulista os risotos Tio João (milanês, valligiana e parmegiana) eram comercializados a R$ 6,29/pacote de 175 gramas em fevereiro. O mesmo produto era vendido, em promoção, por R$ 3,69 em supermercado (A) da mesma cidade. Diferença mais gritante ocorreu para o Arroz e Cia da Blue Ville. Os sabores alho e cebola dourada custavam R$ 3,98/pacote de 250 gramas em um supermercado (B), mas o consumidor poderia pagar R$ 0,99 pelo mesmo produto no supermercado A. Portanto, o consumidor atento e paciente pode encontrar, em momentos de recessão econômica, promoções que aliviam as despesas domésticas sem abrir mão da qualidade.
Inflação
A taxa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que nos três primeiros meses de 2009 os preços do arroz acumularam um decréscimo de 3,87% em âmbito nacional, sendo março o mês de queda mais intensa nos preços do grão (-1,8%). A variação dos preços do produto caminha em sentido inverso ao da inflação geral, que no trimestre acumulou alta de 1,23%. Considerando a taxa de inflação geral, março foi o mês que contribuiu com menos intensidade para este aumento (0,2%).
* Natural Consultoria e Comunicação (www.natural.agr.br)
Sistema de Informações Agroindustriais do Arroz Brasileiro (www.arroz.agr.br)