Preços tailandeses caem e demanda flui para a Índia e Vietnã

 Preços tailandeses caem e demanda flui para a Índia e Vietnã

Uma mulher trabalha em um campo de arroz em Khon Kaen, Tailândia

Ainda superando uma estiagem que afeta suas duas safras e uma condição cambial desfavorável às exportações, Tailândia perde espaço para os concorrentes.

Os preços de exportação do arroz tailandês caíram nesta semana, quando o país atingido por longa estiagem que interfere em suas duas colheitas anuais entrou no mercado de novos suprimentos referentes à safra de inverno. Enquanto isso, seus exportadores enfrentam forte concorrência de ofertas mais baratas da Índia e do Vietnã. Os três países são os maiores exportadores globais de arroz, e representam cerca de 50% do volume negociado internacionalmente por ano. 

Os preços de referência do arroz com 5% de quebrados na Tailândia, que se tornou parâmetro mundial nos últimos anos, foram cotados entre US$ 480 e US $ 485 por tonelada, o menor desde 26 de março e abaixo dos US$ 515 a US$ 546 na semana passada.

"Estamos começando a ver novos suprimentos entrando no mercado este mês e as previsões de chuva diminuíram as preocupações com o fornecimento em geral", disse um trader de Bangkok.

Uma das piores secas em décadas pressionou os suprimentos, fazendo com que os preços subissem para o maior patamar em sete anos no mês de abril.

"A demanda continua baixa, mas há esperanças de que compradores de lugares como as Filipinas possam se interessar pelo arroz tailandês à medida que os preços caíram, embora a concorrência do Vietnã seja muito forte", disse outro trader.

Os preços da variedade parboilizada (5% quebrados) da maior exportadora da Índia atingiram o nível mais alto desde o início de agosto, de US$ 380 a US$ 385 por tonelada nesta semana.

A demanda é melhor que no ano passado, já que o arroz indiano é oferecido com desconto em comparação às exportações da Tailândia e do Vietnã, disse BV Krishna Rao, presidente da Associação de Exportadores de Arroz do país hindu.

A disponibilidade de caminhões e trabalhadores, que limitou as exportações em abril, melhorou nas últimas semanas, acrescentou Rao.

As exportações também estão recebendo apoio de uma rúpia mais fraca, aumentando a margem dos exportadores com as vendas no exterior, disseram os exportadores.

Enquanto isso, a baixa oferta elevou as taxas do arroz (5% quebrado) do Vietnã para uma alta referencial de quase um ano, de US$ 450 a US$ 460 por tonelada embarcada.

"Os comerciantes estão correndo para cumprir contratos assinados antes da proibição de exportação (introduzida em março), enquanto o governo também está comprando arroz de agricultores para seu programa nacional de armazenamento", disse um trader da província de An Giang, no Vietnã.

"Os suprimentos da próxima colheita não aumentarão muito, pois as operações ocorrerão lentamente ao longo de dois meses e meio", agregou.

O Vietnã retomou totalmente as exportações de arroz a partir de maio, após uma proibição em março para garantir suprimentos adequados durante a pandemia de coronavírus.

Dados preliminares de remessa mostraram que quase 150.000 toneladas de arroz serão carregadas no porto de Ho Chi Minh City entre 2 e 17 de maio, com a maioria indo para as Filipinas.

Em outros lugares, Bangladesh vai adquirir 200.000 toneladas adicionais de arroz durante a atual safra para garantir suprimentos para operações de socorro, disse uma autoridade do Ministério da Alimentação, em meio à pandemia de coronavírus que infectou 18.863 pessoas e matou 283 no país na quinta-feira.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter