Preços

Os preços praticados no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Mercosul, têm apresentado alta variação na atual safra. Além das expectativas em torno da quebra de safra esperada no estado, em função do atraso generalizado do plantio e da ocorrência de dias frios nos meses de fevereiro e março (época em que a maior parte das lavouras encontra-se no período reprodutivo), os preços na atual safra apresentaram desempenho surpreendente.

 

Próprias Forças

Ao contrário dos últimos anos, onde o apoio do Governo Federal na comercialização foi determinante para definir uma referência de preços ao produtor , neste ano o setor foi obrigado a buscar suas próprias alternativas para evitar o histórico aviltamento de preços na safra. O Governo prefere dizer que o fato se deve à organização e maturidade da própria cadeia produtiva.

 

Saca a R$ 25,00

A redução gradual da produtividade e a projeção dos novos cenários, além da orientação das entidades para que o produtor buscasse administrar melhor a oferta e vender o produto somente acima de R$ 25,00, acabaram sendo fatores fundamentais na consolidação dos preços em plena safra.

 

Lá fora

A necessidade de importações de arroz de seus terceiros mercados (fora do Mercosul) acabou criando um referencial decisivo na formação dos preços do produto este ano, inclusive no mercado internacional. Nos últimos seis meses, os preços operados para aquisição de arroz com casca americano saltaram de 98 dólares, com preços de internação no Brasil que não passavam de 7,5 dólares a saca, para os atuais 160 dólares a tonelada, com internação a 10 dólares a saca. Dentro de um novo cenário, com a necessidade de importações brasileiras de terceiros países e com o programa alimentar de apoio ao Iraque, o mercado internacional começa a sinalizar uma tendência altista nos preços, arroz acima de 10 dólares.

 

Fome Zero

O conselheiro do Irga Juarez Petry de Souza acredita que o Governo Lula poderia explorar o programa Fome Zero para a criação de um sistema de troca, visando beneficiar os arrozeiros que não têm acesso ao crédito. “Os técnicos em planejamento que trabalham para o presidente poderiam criar um programa sério e honesto, financiando, por exemplo, R$ 50 mil (dois mil sacos de arroz) para um determinado produtor para ele plantar sua lavoura. Depois, quando ele colhesse seus 6 ou 7 mil sacos, teria que entregar 2,5 mil sacos no Irga ou na Cesa como forma de pagamento. Esse produto seria direcionado imediatamente para o Fome Zero”, sugeriu Petry.

 

Urubus

Com esta proposta ao Fome Zero, a União tiraria os arrozeiros descapitalizados das mãos dos “urubus” (como se refere Petry de Souza, conselheiro do Irga, aos agiotas e fornecedores que cobram preços abusivos dos arrozeiros) e ainda resolveria o problema da fome. Se isso acontecer, o estado poderia aumentar a produção regional de 5,3 milhões para 6,3 milhões de toneladas.

 

Arroz-múndi

Segundo as últimas estimativas para o ano de 2003, o comércio mundial poderá ficar em torno de 27 milhões de toneladas, cerca de 6% menor em relação às 27,7 milhões de toneladas comercializadas em 2002. Os intercâmbios deverão alcançar mais uma vez níveis elevados em função da nova queda, pelo terceiro ano consecutivo, da produção mundial 2002/2003, a qual chegará a 582 milhões de toneladas contra 598 milhões de toneladas em 2001/2002, ou seja, uma redução de 2,7%.

 

Agenda

Pesquisadores, técnicos, produtores e lideranças do setor orizícola brasileiro têm encontro marcado de 5 a 8 de agosto próximo, em Camboriú (SC), no III Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado. O evento acontece no Centro de Convenções Itália e tem a organização a cargo da Epagri. O evento concentrará apresentação de trabalhos de pesquisa, conferências e palestras nas áreas de produção, indústria, consumo e mercado. O prazo final para recebimento de trabalhos é 13 de junho de 2003. Maiores informações pelo fone (47) 341-5217 ou site é www.sosbai.com.br.

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