Presidente do Irga critica o modelo de comercialização do arroz

Pereira disse à CPI que produtores e consumidores são os mais prejudicados.

O presidente do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira, foi ouvido ontem por mais de quatro horas na CPI do Arroz da Assembleia Legislativa. O dirigente da autarquia afirmou, para deputados e representantes da cadeia produtiva, que embora os problemas econômicos vividos pelos arrozeiros sejam antigos e cíclicos, a essência das dificuldades provém do modelo de comercialização adotado pelo setor.

Pereira afirmou que a cadeia do arroz sofre com o controle dos preços do grão pelos supermercados, os quais classificou como" muito concentrados em poucas redes". "Os mais atingidos são os da ponta, que têm menos poder para barganhar, caso dos produtores e dos consumidores." Além disso, o dirigente do Irga também atacou a dependência dos produtores da aquisição de insumos importados para as lavouras e os altos juros dos financiamentos.

Pereira informou que o instituto está pesquisando alternativas para reduzir o custo de produção e também ampliar as opções de renda na propriedade, como a integração entre lavoura e pecuária e o plantio de outras culturas em várzeas. Ele destacou, também, a importância dos programas federais para a recuperação do preço do arroz e defendeu a política do preço mínimo. "Essa garantia é um direito do produtor", frisou.

O presidente do Irga foi questionado sobre a Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), de R$ 0,40 por saca de 50 quilos, que é recolhida de importadores, beneficiadores e exportadores de arroz para sustentar as atividades do instituto. Neste ano, foram arrecadados com a CDO cerca de R$ 70 milhões. Pereira defendeu a manutenção da taxa para subsidiar a pesquisa no setor.

Deputados membros da comissão questionaram o dirigente se os recursos cobrados dos produtores não estariam financiando o caixa único do Estado, e foi requerido que seja disponibilizado para a CPI o extrato do orçamento do IRGA junto à Receita Estadual.

Segundo o presidente da CPI, deputado Jorge Pozzobom, os dados trazidos pelo dirigente serão fundamentais para a elaboração do relatório técnico que será apresentado à sociedade gaúcha. A próxima reunião da comissão será realizada no dia 12, às 14h, quando serão ouvidos representantes da Secretaria Estadual da Fazenda e da Receita Federal.

5 Comentários

  • O que diz o Presidente do Irga hoje eu disse no dia 02/12 aqui:
    [url]http://www.planetaarroz.com.br/site/noticias_detalhe.php?idNoticia=10349[/url]

    É um fato…

  • vejo que a coisa ta feia pois o presidente da maior entidade arrozeira nao esta preucupado com o setor arrozeiro
    a taxa de cdo era para ser usada para pesquisa e auxilio aos produtores de arroz mas o foco mudou
    a prioridade e soja, estamos pagando com arroz pesquisa de soja sera que vao cobrar dos sojicultores taxa de cdo tambem porque tem muitos recebendo dinheiro do irga para difundir e pesquisar esta cultura onde grandes empresas ja detem as melhores variedades e querem um orgao como o irga para aumentar suas areas de plantio e cobrar royates como fez a basf com arrozeiros inscritos no irga que pagam cdo para ter sementes multiplicadas assim mesmo temos que pagar para basf

  • Tem produtor que não sabe separar politica de negócio, sem cores partidárias o único presidente que o IRGA teve que ta dando a cara pra bater na questão de comercialização e da relação entre produtor e industria, até então todos presidentes que passaram pelo Instituto só se preocuparam em produtividade e nunca em

  • … segue … se preocuparam NO QUE fazer com o excesso de oferta fomos insentivados anteriormente a aumentar a produção mas nenhum órgão se responsabilizou com o que fazer com esta produção.
    O presidente esta corretíssimo, se tem arroz de sobra vamos tentar diversificar e o IRGA tem que nos ajudar pra não entrarmos em mais uma barca furada.
    Esta tendo a CPI do arroz alguém ta analisando a atuação do seu Deputado?

  • O IRGA agora sai com essa, que a taxa CDO é cobrada de Exportadores e Beneficiadores. Grande falácia… a taxa CDO é cobrada dos PRODUTORES, a qual é descontada em NFP. Quando se acerta um preço por saca de R$ 25,00 por exemplo, o preço na verdade é R$ 24,60 pois é descontada a CDO. Esse recurso deve sim voltar ao produtor em forma de pesquisa e extenção, que é o FOCO PRINCIPAL do IRGA. Se não isso, ele não tem razão de ser, uma vez que este não tem poder de decisão sobre preço, custo, barganhas… e nem fazem nenhuma ação quanto a isso.

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