Pró-Sementes avalia soja para terras baixas

 Pró-Sementes avalia soja para terras baixas

Kassiana: soja em várzea

Ensaio de cultivares avalia desempenho das variedades em ambientes de arroz

A Fundação Pró-Sementes, em conjunto com a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), trouxe uma surpresa no resultado anual do seu Ensaio de Cultivares em Rede (ECR), ilustrando os melhores desempenhos de sementes de soja também para terras baixas na safra 2020/21. Pela primeira vez, as variedades com características mais voltadas para a rotação com a cultura de arroz foram testadas e a área destinada aos testes foi Cachoeira do Sul, na Região Central, onde também foram avaliadas quase 40 cultivares de “coxilha”.

Kassiana Kehl, gerente de Pesquisa da Fundação Pró-Sementes, explicou que os experimentos apontaram potencial produtivo de 105 sacas (6.300kg) em várzea nas cultivares que melhor expressaram a genética em ciclo precoce. Em ciclo médio/tardio, os melhores resultados chegaram a 104 sacas (6.240kg). Os ensaios foram avaliados na Agropecuária Capané. Kassiana explicou que a pesquisa dessas cultivares se deve ao fato da Metade Sul ter evoluído muito em área e produção da soja, seja em coxilha ou em sistema de rotação com o arroz.

“Em função do problema de controle de arroz vermelho, e também por questão de renda, o arrozeiro passou a integrar a soja em seu sistema de produção em terras baixas, teve bons resultados no controle da planta daninha, mas também gerou uma demanda da pesquisa para a indicação das melhores cultivares”, explicou a pesquisadora. Além disso, ela observou que a região arrozeira tem características climáticas diferentes das do Norte e do Oeste do estado. “Cachoeira tem história importante na cultura do arroz, com mais de 25 mil hectares semeados e está entre as mais expressivas produtoras de soja do RS, com quase 110 mil hectares”, frisou.

ADAPTAÇÃO

O ambiente de terras baixas expõe o material genético a uma condição de solo mais úmido e, em muitos casos, mais rasos, então nem todas as cultivares de soja se adaptam bem a essa condição. “Selecionando variedades neste ambiente e condições de clima e manejo dos ensaios, chegamos a tetos produtivos de 104 a 105 sacas por hectare. Observamos que há diferentes níveis de tecnologias aplicadas na rotação e que a introdução da oleaginosa em terras de arroz encontra desafios, como o solo bem corrigido e um sistema de drenagem eficiente, pois os cultivos têm necessidades nutricionais diferentes. Entre as vantagens está o domínio dos processos de irrigação quando precisar interferir neste sentido”. As cultivares testadas já são comercializadas.

Por fim, ela observou que, em função da gama de variedades no mercado, o agricultor pode deixar de ganhar – obter renda – apenas ao escolher o material genético. “Com a semente certa ainda há o desafio de acertar as práticas agrícolas de rotação, fertilização, controle de doenças e plantas daninhas”. “A genética não tem toda a responsabilidade pela produtividade. Só fatores de qualidade da semente podem derrubar de cinco a seis sacas em produtividade, o controle de insetos, doenças e plantas daninhas também gera diferença de 10 sacas. A escolha da cultivar pode provocar variação de 25 a 30 sacas entre uma variedade de coxilha e uma que se adaptou às terras baixas”, frisou. “A produtividade, o resultado da safra, é um somatório de fatores, de ações e de planejamento bem executados”, ensinou.

Resultados de produtividade de soja em regiões arrozeiras do RS
(*Apenas em Cachoeira do Sul foram testadas variedades em terras baixas)

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