Processamento e saídas de arroz do RS sobem e confirmam menores estoques

 Processamento e saídas de arroz do RS sobem e confirmam menores estoques

CDO de julho confirma redução de 100 mil toneladas por mês, em média, de disponibilidade de arroz no RS até fevereiro de 2021.

Os sete meses restantes do ano comercial corrente – que vai de março de 2020 a fevereiro de 2021 – terão um saldo médio remanescente de quase 100 mil toneladas a menos do que a média de saídas e beneficiamento de arroz dos últimos anos. A análise está baseada nos números brutos da Contribuição para o Desenvolvimento da Orizicultura (CDO) recolhida ao Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em julho, que alcançou a maior média mensal das últimas temporadas em julho: 862.555 toneladas. Com isso, a média dos sete meses de 2020 bateram em 722, 4 mil toneladas por mês e a do ano comercial alcançou 780,1 mil toneladas.

Os números do Irga foram analisados por Sérgio Dimas Peres Cardoso, da Itaobi Cereais, de Uruguaiana (RS). “Contabilizando os números da safra, temos 7,8 milhões de toneladas colhidos no Rio Grande do Sul e 3,9 milhões de toneladas embarcados de março a julho. A disponibilidade, portanto, para os sete meses restantes, é de 3,899 milhões. Teríamos, desta maneira, uma média remanescente de 557 mil toneladas mensais para embarcar no Rio Grande do Sul, volume que representa quase 100 mil toneladas a menos do que a média mensal dos últimos anos”, explica.

A análise projeta um cenário de oferta e demanda bastante ajustado para o restante do ano comercial.

Os embarques para o exterior em julho ainda tiveram um forte reflexo das vendas de março, abril e maio, mesma situação das vendas internas. Os números oficiais ainda não foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em julho e agosto aumentou também a demanda por arroz em casca de indústrias de fora do RS, o que movimentou o mercado da matéria-prima e elevou preços até R$ 80,00 em algumas praças pelas variedades nobres.

Nos números da CDO não estão computados os estoques de passagem, que foram bastante ajustados, segundo a Conab. O embarque de 50% da colheita em cinco meses, considerando exportações em casca, fortalece a tese de alguns analistas e agentes de mercado que projetam a disponibilidade de grão da safra passada na mão dos produtores em torno de 20% (1,5 milhão de toneladas). Os outros 80% já teriam sido transferidos ou às indústrias ou às tradings. Estas, no entanto, são projeções meramente especulativas.

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