Produção de grãos pode ir a 291,1 milhões de t na safra 2021/22
(Por Conab) Com o clima favorável na maioria das regiões produtoras de grãos no país, a safra nacional pode chegar a 291,1 milhões de toneladas na temporada 2021/22, como revela levantamento divulgado nesta quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Caso se confirme a previsão, o volume a ser colhido será superior em 38,3 milhões de toneladas, se comparado com o ciclo anterior, o que representa um incremento de 15,1%.
De acordo com a 3ª estimativa da safra realizada pela Companhia, em novembro deste ano, foi registrado grande volume de chuva, chegando a ultrapassar a média em diversas localidades, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e no Matopiba, o que favorece o desenvolvimento das culturas de 1ª safra. No entanto, no Sul do país, a chuva registrada não foi suficiente para atingir a média em grande parte da região.
Soja e milho seguem como os dois principais produtos que puxam o bom resultado. Para a oleaginosa é esperada uma ampliação de 3,7% na área a ser semeada, chegando a 40,3 milhões de hectares. A produtividade tende a se manter próxima à obtida na safra anterior, estimada atualmente em 3.539 kg/ha. Com isso, é esperada uma colheita de 142,8 milhões de toneladas, desempenho que mantém o país como o maior produtor mundial de soja.
No caso do milho, a expectativa de crescimento é de 34,6% na produção total, com um volume previsto em 117,2 milhões de toneladas. O alto percentual reflete a recuperação nas produtividades, principalmente da segunda safra do cereal, que foi impactada negativamente no ciclo 2020/21 pelas adversidades climáticas registradas.
Expectativa de crescimento também na área de plantio do algodão. A previsão é que o cultivo ocorra em uma área de 1,49 milhão de hectares, resultando em um aumento da produção. Apenas para a colheita da pluma da fibra é esperado um aumento de 10,7% em comparação à safra 2020/21, chegando a 2,6 milhões de toneladas.
Para o feijão, a Conab espera um aumento na produção impulsionada pela melhora na produtividade das lavouras. Mesmo com a expectativa de menor área semeada, somando-se as três safras, os produtores da leguminosa deverão colher 3,1 milhões de toneladas. Já para o arroz, a estimativa é de manutenção da área de cultivo com uma leve queda na produção de 2,5%, ficando em torno de 11,5 milhões de toneladas.
Em fase final de colheita, o trigo está com produção estimada em 7,8 milhões de toneladas, um novo recorde para o país.
Área – O crescimento da produção acompanha a elevação da área plantada. Segundo a estatal, os agricultores brasileiros destinarão cerca de 72 milhões de hectares para o plantio dos grãos, incluindo culturas de 1ª, 2ª e 3ª safras, aumento de 4,3% sobre o período 2020/21.
Mercado – Em relação ao mercado externo, os preços internacionais do algodão continuam em patamares elevados, influenciados pelo déficit produtivo da fibra no mundo. A expectativa de exportações se manteve estável neste levantamento, podendo chegar a 2 milhões de toneladas. A maior rentabilidade do produto sobre o milho pode influenciar na decisão de alguns produtores sobre qual cultura plantar na segunda safra.
O cereal, por sua vez, encontra cenário distinto entre mercado interno e externo. Enquanto que no panorama doméstico os preços tendem a entrar em estabilidade, após o registro de queda nas últimas semanas, as cotações internacionais estão em alta, sinalizando a preocupação com a condição climática adversa no sul da América do Sul, bem como a recuperação da demanda por etanol de milho, principalmente nos Estados Unidos. As exportações na safra 2020/21 tiveram um novo ajuste, com os embarques previstos em 19,2 milhões de toneladas. Já para o ciclo 2021/22 é esperada uma recuperação dos volumes exportados com vendas próximas a 36,68 milhões de toneladas.
A soja também apresenta preços próximos da estabilidade no mercado interno, mesmo com a elevação das exportações brasileiras. A estimativa é que sejam exportadas 85,8 toneladas do grão e que o consumo interno gire em torno de 48,4 toneladas.
ARROZ
Quanto ao arroz, o produto apresenta desvalorização nos preços pagos aos produtores neste segundo semestre. Movimento atípico para o período de entressafra, mas, explicado pela maior oferta do produto uma vez que no primeiro semestre deste ano foi registrado um menor volume de comercialização do que anos anteriores. A perspectiva é que haja uma leve recuperação nos estoques de passagem no final da safra 2021/22, estimado em 2,4 milhões de toneladas.
O terceiro levantamento da cultura de arroz, da safra 2021/22, indica que a área a ser semeada será de 1.678,7 mil hectares, um valor similar à safra anterior. A área de arroz irrigado é estimada em 1.325,3 mil hectares, incremento de 1,7% em relação à safra anterior. Quanto ao arroz sequeiro, a previsão é de redução de área em 5,5% em relação à safra 2020/21.
No final de novembro, 78,3% das lavouras já haviam sido semeadas no país.
2 Comentários
Recuperação dos estoques de passagem! Isso significa (se os números forem reais) que sobrará uns 3 ou 4 milhões de toneladas a mais do que é consumido no país + importações – exportações… Seguindo meu raciocinio ano que vem nosso arroz valerá entre R$ 40 a 50 o saco, isso com muita sorte! Serão de R$ 35 a R$ 45 de prejuízo por saco! Se preparem para a maior quebradeira na história do arroz! Vai ser pior que em 1994/1996 (Securitização e Pesa)… Quando eu falava que o pessoal tinha que reduzir a área plantada em 20% muitos deram risada da minha cara! Pois a realidade tá ai… O produtor egoista e ambicioso mais uma vez não teve juízo e prudência e vai se lascar! E o pior de tudo: em fevereiro vão prá região sul comemorar a Festa de Abertura da Colheita! É séria a coisa. E dai? Pq compraram tratores e máquinas novas? Pq compraram lavouras? Pq aumentaram área? Quem colher 200.000 sacos vai ter um prejuizo de 60 a 90 milhões de reais! Quantos anos prá recuperar depois por um erro infantil??? O Setor orizicola precisa se profissionalizar. O achismo tem que dar lugar a eficiência. Os aventureiros têm que quebrar e ficar pelo caminho. Chega de amadorismo. Quem quiser seguir errando, que erre na soja, no milho, no trigo, etc onde os prejuizos são menores! Que baita retrocesso num ano!
Flavio, se o grão fica atrativo para a exportações os estrangeiros vão comprar o nosso produto. O arroz está cotado na bolsa de chicago a mais de 14 dólares, enquanto no brasil está na faixa de 11 dólares. E se voce puxar e comparar os dois dados (mercado internacional e nacional) o nacional, na maioria das vezes, fica acima.
Se você olhar o histórico da cotação do arroz, ele está em uma tendência de alta, quando você dolariza ele, fica lateral. Acredito de quem manda no arroz é o dólar.
Outro ponto que vale ressaltar é: o Brasil produz pouco arroz, ele é totalmente para o mercado interno, então eu acredito que é fácil para a china (exemplo) compra grande parte da nossa produção, assim, elevando os preços.