Produção em alta

Safra gaúcha cresce 20% em razão do clima favorável.

O aumento de área cultivada no Rio Grande do Sul normalmente ocorria em razão da rentabilidade da safra anterior, mas este é mais um dos paradigmas quebrados no ciclo 2010/2011. Apesar de um ano com comercialização a preços médios muito baixos, a área cultivada aumentou de 1,05 para 1,15 milhão de hectares no Rio Grande do Sul, ou 100 mil hectares. Este incremento representa dois terços de toda a área cultivada em Santa Catarina, segundo maior produtor do Brasil, conforme dados do Instituto Rio-grandense do Arroz. 

Sem os problemas do El Niño que afetaram negativamente a safra 2009/2010 e favorecido por um fenômeno La Niña relativamente brando, que ocorreu depois de um inverno que permitiu excelente reservação de água para irrigação, a safra gaúcha vai bem, obrigado. “O clima tem sido excepcional, muito favorável. Exceto em uma ou outra área que precisou abrir mão dos reservatórios para banhar as lavouras para a emergência do arroz e depois sofreu com a falta de água para a irrigação, no geral o clima é bom e as lavouras estão em excelentes condições, o que também refletirá na qualidade do grão a ser colhido”, explicou o presidente do Irga, Cláudio Pereira. 

A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento é de que a produção gaúcha seja 12% maior no ciclo 2010/2011, saltando de 7,3 milhões para 8,2 milhões de toneladas. A produtividade deve ser o outro diferencial da safra, com o Rio Grande do Sul batendo recorde de produção por área em 7.150 quilos de grãos por hectare. Nesta safra a produtividade será maior até mesmo do que a de Santa Catarina, com 7.050 quilos/hectare, a recordista brasileira em rendimento de arroz por área. 

O presidente do Irga considera que este resultado expressivo deve-se não só ao clima, mas ao salto tecnológico da lavoura gaúcha. “O produtor gaúcho assimilou bem as tecnologias e nesta safra bateu outro recorde favorável: a semeadura da maior área já vista dentro do período recomendado. Ou seja, aproveitou ao máximo os nutrientes ofertados pelo sol, um insumo que é gratuito, mas muitas vezes desperdiçado por falta de planejamento ou outras dificuldades do agricultor”, cita. Segundo Renato Rocha, presidente da Federarroz, quanto mais tarde for plantada a lavoura, menores as chances de obter altas produtividades. “Apesar da falta de renda, o produtor gaúcho tem investido em qualidade, produtividade e sustentabilidade. Nossos maiores problemas hoje estão do lado de fora da porteira”, revela Rocha.

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