Produção mundial cresce
Oferta mundial aumenta e demanda se estabiliza. Preços do arroz em queda.
A produção mundial de arroz em 2010 aumentou 2,5% em relação a 2009, segundo dados da FAO. Apesar das más condições climáticas em certos países asiáticos, a produção mundial deve alcançar 700 milhões de toneladas (casca) – ou 467 milhões de toneladas beneficiado – contra 683 milhões de toneladas do grão em casca em 2009.
O analista internacional Patrício Méndez del Villar, do Cirad, da França, revela que as colheitas têm sido satisfatórias na maioria das regiões do mundo, exceto no Paquistão, onde a produção caiu um terço pelas graves inundações, mas sem consequência maior ao mercado.
O especialista revela que em 2010 o comércio mundial permaneceu relativamente estável em 30,6 milhões de toneladas, contra 30,4 milhões de toneladas em 2009. “Esta estabilidade deve prosseguir em 2011, em razão das reservas dos principais exportadores mundiais, ao contrário de outros mercados de grãos, afetados por pressões altistas, devido a colheitas menores e queda das reservas internacionais”, diz. Em fevereiro a FAO divulgou relatórios sobre uma nova crise de alimentos, levando em conta a alta de preços mundiais e redução nos estoques. Caso que não se aplica ao arroz. “É preciso analisar que os estoques mundiais de arroz no final de 2010 haviam aumentado para 130 milhões de toneladas contra 125 milhões de toneladas em 2009”, revela Patrício Méndez del Villar. “Estas reservas representam 29% das necessidades”, acrescenta. Portanto, o mercado mundial não deve ter significativa elevação de preços considerando os estoques. “Em 2011 se espera uma nova alta dos estoques para 137 milhões de toneladas, mas este número pode ser revisado para baixo devido ao possível aumento do consumo”, considera.
Segundo o relatório InterArroz, publicado por Patrício Méndez del Villar, “os principais exportadores têm abundantes disponibilidades, enquanto a demanda deve se manter estável em 2011, especialmente na Ásia, onde as importações podem continuar quase sem alteração”. Assim, os preços mundiais não devem registrar pressões altistas, ao menos no primeiro semestre.