Produtores podem ganhar até 30% a mais se beneficiarem o grão
Especialista em agronegócios fala para arrozeiros como dinamizar a cadeia produtiva do cereal, durante assembléia da Federarroz, em Cachoeira do Sul (RS)
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Arrozeiros beneficiando a própria produção, e ganhando muito mais com isso. Indústrias criando novos produtos feitos a partir do cereal, aumentando o seu consumo, de modo que o arroz passe a ser consumido não somente como o tradicional complemento do feijão, na hora do almoço, mas também em outros momentos do dia e em alimentos variados.
A combinação destas duas ações, que pode dinamizar a cadeia produtiva do grão, será o tema da palestra que o agrônomo, especialista em agronegócios e advogado José Nei Telesca Barbosa profere na quarta-feira, 04 de abril, às 13h30min, na assembléia extraordinária da Federarroz, que se realizará no auditório da Sociedade Rio Branco, em Cachoeira do Sul (RS).
Em sua fala aos produtores de todo o estado, Telesca Barbosa, que trabalha em Pelotas, defenderá mais uma vez sua tese que Descascar o arroz não é industrializar. Indústria é transformação”.
– Portanto, às indústrias cabe transformar o arroz em novos produtos, como massas, biscoitos, chips e tudo que a criatividade permitir. E este é o desafio que se apresenta para a atual indústria, transformar-se em uma verdadeira indústria de alimentos – destaca o palestrante.
O outro enfoque da apresentação será o de mostrar aos produtores que se eles mesmos, isoladamente ou unidos em cooperativas, beneficiarem a produção, entregando diretamente aos atacados ou supermercados, lucrarão muito mais. O fundamento da tese do especialista em agronegócios é simples, se o produtor assume o beneficiamento, a diferença entre os preços do arroz em casca e o do beneficiado vai para o bolso de quem planta.
E esta diferença pode ser bastante significativa, podendo chegar até 89%, em valores brutos, como mostram estudos de diversos analistas de mercado. Conforme o agrônomo, o beneficiamento é ainda uma função da produção, pois hoje em dia, com o avanço da tecnologia, está tudo mais simples e acessível.
E neste sentido já há pelo menos um exemplo concreto a ser seguido. Em janeiro, cerca de cem arrozeiros sócios da Cooperativa dos Produtores de Arroz Pré-Germinado de Arroio Grande, seguindo sua orientação, inauguraram as instalações da sua unidade de secagem, armazenamento e beneficiamento do grão. Ocupando uma área total de dez mil metros quadrados, localizada na zona urbana de Arroio Grande, as instalações têm uma capacidade para 400 mil sacas de arroz.