Produtos básicos valorizados aceleram avanço da Granfino
A empresa inaugura neste mês uma fábrica em Nova Iguaçu (RJ) para o beneficiamento mensal de 1 mil toneladas de feijão e de 2,2 mil toneladas de arroz. O investimento na unidade atingiu R$ 3 milhões.
O aumento dos preços do arroz e do feijão, que formam a combinação mais tradicional do cardápio dos brasileiros, já fazem a Granfino vislumbrar a aceleração de seus planos de ampliar em 70% seu faturamento em cinco anos. A empresa inaugura neste mês uma fábrica em Nova Iguaçu (RJ) para o beneficiamento mensal de 1 mil toneladas de feijão e de 2,2 mil toneladas de arroz. O investimento na unidade atingiu R$ 3 milhões.
– Nossas metas com o projeto estão mantidas, mas, com os preços nesses patamares, obviamente que a meta pode ser atingida antes do que planejávamos – diz Felipe Lantimant, gerente de marketing da companhia.
A Granfino faturou R$ 107 milhões em 2007, montante 7% superior ao do ano anterior.
Tradicional no mercado de fubá de milho no Rio de Janeiro, território em que é a única a atuar, a Granfino investiu na nova unidade para elevar de 7% para 20% a fatia representada pelo empacotamento e beneficiamento de arroz e feijão em seus negócios.
Com o encarecimento dos dois produtos, a empresa já aposta que essa fatia poderá chegar a até 40%.
– Mas o que temos em mente ainda é atingir os 20% – ressalva Lantimant.
A empresa quer elevar sua participação no mercado fluminense de cereais de 0,5% para 5% até 2010. O momento de preços altos das matérias-primas também muda o cenário da concorrência, avalia ele.
– Se o preço está em baixa, são 50 concorrentes. Se está em alta, isso cai para dez – exemplifica.
– A alta reduz o número de concorrentes porque nem todos têm poder de barganha. Mas as margens são as mesmas – afirma.
A estratégia de diversificação dos negócios da Granfino não se limita à entrada com mais ênfase no mercado de arroz e feijão. Em ração animal, que responde atualmente por cerca de 10% do faturamento, a empresa quer elevar a participação para 20%.
– Queremos deixa de ser tão dependentes de um único produto – diz Lantimant.
Os farináceos são responsáveis por cerca de 70% da receita da empresa. Óleos e azeites, com 10%, e grãos distribuição de produtos de terceiros, também com 10%, completam sua linha de atuação.
Os preços elevados do arroz não devem levar ao desabastecimento no mercado interno, mas podem ampliar as exportações, na avaliação da companhia. O aumento da demanda global, que tende a desviar parte da produção para o exterior, faria, assim, com que o preço elevado do cereal perdurasse mais.
A Granfino já acertou no Rio Grande do Sul parceria com um fornecedor de arroz – mantido em sigilo. A associação não significa que a empresa passará a atuar em outras partes do país.
– O foco é a mudança de posicionamento, a diversificação das linhas de atuação. No futuro definiremos se entraremos ou não em outros Estados – diz Lantimant.