Progressão geométrica

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Luz: balança do comércio mundial pode mudar com a China

China pode mudar o perfil do comércio mundial
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A onda de importação da China, o maior país produtor, consumidor e, agora, comprador de arroz no mercado mundial, é causada pelo forte aumento no consumo do país. E este pode ser o começo de uma grande mudança no mercado mundial de arroz. Esta nova arquitetura no ranking dos maiores importadores é tema de estudo pela Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Sistema Farsul), que faz uma projeção sobre o impacto desta mudança ao longo dos próximos 10 anos.

De acordo com o relatório da USDA de janeiro de 2014, a produção chinesa de arroz variou, em média, 1,4% ao ano, de 2009 a 2014. “Como a produção de 2014 será 141,5 milhões de toneladas, projetamos os valores até 2024. Então, caso a China siga neste ritmo, em 10 anos atingirá 162,7 milhões/t”, prevê o economista chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz.

O consumo de arroz pelos chineses cresce a taxas maiores do que a produção, registrando variação média de 2,3% ao ano.“Com a média de crescimento projetada para a próxima década, o consumo será 183,28 milhões de toneladas. E, em 2024, a China não terá produção suficiente para atender a demanda interna, necessitando aumentar a quantidade importada”, explica Antônio da Luz. Se as previsões se confirmarem, o gigante asiático registrará o maior montante do cereal já importado: 20,6 milhões/t. “Para suprir a demanda, seria necessário todo o cereal exportado pela Índia, Vietnã e Estados Unidos em 2014”, diz.

Em 2012, a China aumentou 404% as aquisições de arroz, saltando para o segundo maior comprador. “Em 2013, mais 10%, e o país assumiu o primeiro lugar entre os importadores mundiais. Para 2014, estima-se o aumento de 8,5%, que permitirá um afastamento do montante importado pela China em relação ao segundo colocado, a Nigéria”, avalia Antônio da Luz.

Os estoques mundiais de arroz estão acima do recomendado pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), especialmente por conta dos volumes da China, Índia e Tailândia. As duas últimas adotaram recentemente políticas de valorização interna do grão, ampliando estoques estratégicos e reduzindo as vendas externas, mas sem a evolução esperada nos preços internacionais. A Índia voltou a exportar em 2012 e já se tornou a maior exportadora mundial do grão.

A Tailândia vive conflitos internos, pois não consegue fazer frente ao pagamento integral dos subsídios e enfrenta uma crise política e protestos populares. Por conta disso, a China cancelou no início de fevereiro um contrato de compra de 1,2 milhão de toneladas de arroz dos vizinhos da Tailândia. Para se ter uma ideia, o volume corresponde a toda a produção brasileira no ano comercial 2013/14.

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