Proibição das exportações da Índia traz otimismo ao mercado do arroz nos EUA

 Proibição das exportações da Índia traz otimismo ao mercado do arroz nos EUA

Colheita norte-americana já iniciou. Foto: Brian Baer

(Por Cleiton Evandro/AgroDados*)  As notícias internacionais dominaram a semana no mercado dos Estados Unidos, já que a Índia proibiu a maioria das exportações de arroz, incluindo variedades não-basmati, devido ao aumento dos preços domésticos. Esta é uma importante notícia para o complexo global de arroz, já que a Índia é o maior exportador do mundo com aproximadamente 22 milhões de toneladas, enquanto a Tailândia e o Vietnã oscilam entre 7-9 milhões de toneladas na disputa pelo segundo lugar.

Se a Índia realmente seguir com essa medida drástica como resultado dos padrões climáticos do El Niño e a escalada de inflação de alimentos em sua economia, isso poderá enviar reverberações através do mercado que lembram a crise alimentar de 2008. Embora a segurança alimentar global seja o foco principal de qualquer produtor de arroz, um choque no lado da oferta da equação tão significativo quanto a restrição aos embarques indianos certamente chegará ao hemisfério ocidental e apoiará os EUA.

Em outras notícias internacionais, importadores mexicanos visitaram o Paquistão para inspecionar a cadeia produtiva do arroz para investigar a possibilidade de suspender a proibição de compras imposta ao país asiático. Isso seria uma mudança significativa na dinâmica do mercado e outra farpa no relacionamento já complexo para manter a primazia dos Estados Unidos como o maior parceiro comercial do México no segmento do arroz.

O Paquistão recentemente fez incursões no Haiti, criando problema aos exportadores de arroz beneficiado dos EUA, e sua presença no principal mercado dos estadunidenses será outro ponto de discórdia no futuro das relações comerciais entre EUA e México este ano. Os resultados recentes da licitação do Panamá e os danos às safras causados pelo El Niño em vários mercados andinos, juntamente com a América Central e o México, indicam que muitos compradores estão de olho na safra dos EUA.

Sobre a safra em andamento no hemisfério norte, os primeiros campos de arroz estão sendo colhidos no Texas e na Louisiana. Pelo histórico, entende-se que até ser colhido, seco e armazenado o grão, não há certezas em termos de qualidade, especialmente para bons rendimentos de indústria e presença de gessados.

ESTOQUES GLOBAIS 

Divulgado na última semana, o relatório WASDE, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou os estoques mundiais em 3,6 milhões de toneladas quando a China é excluída. Na Ásia, os preços ainda estão se firmando, com o Thai 100% superando US$ 530 pmt, e o Viet 5% de quebrados custando até mais de US$ 550 pmt. “A Índia está se aproximando de $ 500 por tonelada métrica, mas veremos o que o clima dita no futuro e como isso pode moldar a política de vendas internacionais do maior exportador de arroz do mundo. A Índia representa 40% de todo o fornecimento de arroz ao mercado internacional. O volume diário caiu 13% esta semana para 470, enquanto os contratos em aberto permaneceram estáveis em 8.484”, disse Dwight Roberts, o consultor especial da Associação de Arrozeiros dos Estados Unidos (USRPA). ■ (*Sobre relatório semanal de Dwight Roberts, USRPA)

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