Qualidade, já!
“A engrenagem que move a cadeia produtiva do arroz está ligada à visão e ao paladar do consumidor”
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A cadeia produtiva do arroz do Brasil vive, na última década, profundas mudanças no conceito de qualidade. A evolução dos sistemas de produção até o varejo é uma decorrência da assimilação do mercado brasileiro às demandas de consumo, provocadas pelas próprias mudanças no perfil do consumidor, mais independente e com menor tempo para preparar sua refeição. A melhoria da renda, principalmente das faixas mais pobres da população, desde a década de 80, mudou os hábitos alimentares, estabeleceu novos critérios de consumo e obrigou a indústria de arroz a modernizar-se. O consumo de arroz parboilizado aumentou cinco vezes no país e o brasileiro passou a dar preferência ao tipo 1 polido, em detrimento do tipo 2 que predominava há décadas na panela do consumidor nacional.
O consumidor passou a exigir melhor qualidade no arroz, a indústria precisou se adequar, marcas líderes perderam o posto, outras que estavam mais sintonizadas com as tendências de mercado ascenderam. Mas a indústria, que precisou transformar sua linha de produção e sistemas de armazenagem, também passou a exigir um produto diferenciado do produtor. E no Rio Grande do Sul houve resposta com programas como o Arroz RS, do Irga, e o Marca, da Embrapa. A produtividade aumentou, a seleção de variedades também. E o manejo busca maior eficiência, reduzindo custos e impacto ambiental, obtendo qualidade e melhor remuneração por produto diferenciado. Agora se exige mais variedades de alto potencial produtivo e qualitativo para os centros de pesquisa. A engrenagem que move a cadeia produtiva do arroz é uma só. E está diretamente ligada à visão e ao paladar do consumidor. Quem se dissociar desta realidade estará fora de mercado.