Queda de preço do arroz é incerta

O presidente do Sindarroz-MT destaca que a grande maioria das indústrias locais se precaveu e fez estoques para agüentar até dezembro e início de janeiro, que é quando deve começar a colheita da nova safra.

O preço do arroz em Mato Grosso tem subido desde junho deste ano e por enquanto, não há previsão de queda, mesmo com a entrada da safra no início do próximo ano. Isso porque além do Estado estar sem o chamado estoque de passagem, se o dólar continuar em ascensão como está, os produtores brasileiros vão preferir exportar mais o produto. A avaliação é do presidente licenciado do Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz), Joel Gonçalves Filho.

Segundo ele, de junho para cá a saca de 60 quilos de arroz em Mato Grosso saiu de R$ 38 para em torno de R$ 45, R$ 48 agora. Ele diz que a indústria não conseguiu repassar toda essa alta ao consumidor porque o arroz mato-grossense já está apenas R$ 1,00 de diferença com o arroz que vem do Rio Grande do Sul. Antes, essa diferença chegava a R$ 3,00 ou R$ 4,00. Ou seja, se o arroz daqui não tiver preço menor, não será competitivo no mercado.

– Se repassarmos toda a alta, nosso arroz vai ficar mais caro do que o do Rio Grande do Sul, não é viável. A lucratividade da indústria está bem prejudicada.

Esse preço maior se deve ainda à redução da produção do grão no Estado. Gonçalves lembra que há quatro anos se produziu em Mato Grosso 2 milhões de toneladas do grão. Nesta safra são apenas 630 mil toneladas. Mesmo assim, este ano a indústria não deve ter problema de falta de arroz para industrialização, como aconteceu no ano passado.

O presidente do Sindarroz destaca que a grande maioria das indústrias locais se precaveu e fez estoques para agüentar até dezembro e início de janeiro, que é quando deve começar a colheita da nova safra. Gonçalves só se diz preocupado com o fato de que Mato Grosso não vai ter estoque de passagem. O estoque de passagem é um restante de arroz que fica de uma safra para outra para atender qualquer imprevisto no abastecimento.

De acordo com ele, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já zerou seus estoques.

– Se tivermos qualquer frustração na safra pode faltar arroz no mercado no início do ano, porque não temos uma margem de segurança. No Rio Grande do Sul o estoque de passagem é de 1,2 milhões de toneladas, que é menor nível já registrado. Aqui vai ser zero.

Gonçalves diz ainda que em Mato Grosso o plantio atrasou por conta das chuvas, por isso, já é esperado um atraso no início da colheita, em janeiro.

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