Queda do arroz surpreende o setor

Presidente Henrique Dornelles não entende como preço baixou tanto.

Bastou iniciar a safra para o preço do arroz despencar no estado, o que gerou a revolta dos produtores. O presidente do Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, enfatiza que não existe motivo razoável para o enfraquecimento das cotações no mercado, principalmente devido a colheita ainda não ter avançado, inclusive estar atrasada se comparada ao mesmo período em outras safras.

Segundo Dornelles, o Brasil colherá 12 milhões de toneladas nesta safra. Somado ao estoque de passagem, Dornelles afirma que “teremos um pouco mais de arroz no mercado que no ano passado”. No entanto, hoje se fala em supersafra de arroz no estado, o que não é real, pois os números mostram uma normalidade se comparado com a média histórica de colheita. O crescimento em relação ao ano anterior se dá em cima de uma quebra de 16% devido aos problemas climáticos enfrentados na safra passada.

Nesta terça-feira a União Central de Rizicultores já havia alertado para este problema. O presidente da UCR, Pinto Kochenborger, lamenta que em uma mês houve uma queda de 21% no preço do arroz, que despencou para R$ 41,00. A Federarroz orienta os produtores que firmem o preço de R$ 43,00 para a venda na fronteira oeste e R$ 47,00 para a planície externa. A entidade orienta que os produtores das demais regiões negociem dentro desses limites para que selem seus acordos de comercialização.

MOVIMENTO ESTRANHO

Para o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata, o recente movimento das cotações do arroz em casca causa uma certa estranheza, uma vez que os fundamentos do mercado naturalmente deveriam garantir a sustentação dos preços. “O Irga projeta uma safra de 8,4 milhões de toneladas no estado, representando uma normalização dos índices de produção após a forte quebra ocorrida na última temporada, longe de uma supersafra, como tem sido noticiado”, enfatiza Barata. Segundo Barata, considerando a mais baixa posição do estoque, a disponibilidade de produto é enxuta, ajustada à demanda interna.

Queda do preço é natural

O sócio-gerente do Engenho Treichel Getúlio Aires considera a queda do preço do arroz natural neste período de safra, pois cresce a oferta do produto. Aires observa que muitos produtores precisam pagar o custeio da lavoura e com isso um volume maior de arroz é ofertado no mercado, derrubando o preço. É a velha lei da oferta e da procura.

Como a safra do ano passado teve quebra, Aires enfatiza que no início deste ano houve uma valorização do cereal, favorecendo o agricultor que teve condições de segurar o produto para vender em um melhor momento. Ele observa que a indústria está comprando arroz, mas em quantidade para atender o mercado, sem investir em estoque. Hoje, de acordo com a qualidade do produto ofertado, o Treichel paga entre R$ 42,00 e R$ 43,00 pelo saco.

ATENÇÃO

O clima também vem preocupando os produtores nesta etapa da colheita. No final de semana as chuvas torrenciais afetaram lavouras por todo o estado. Muitas plantações foram acamadas pelo vento e em algumas regiões produtores relataram incidência de granizo. Na avaliação do presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, o clima está desfavorável neste momento, sendo que em um mês de trabalho apenas 11,3% da área foi colhida no Rio Grande do Sul, conforme dados do Irga.

IMPORTANTE

A Federarroz reforça aos produtores que possuem crédito oficial que as linhas de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários estão disponíveis desde o início de fevereiro.

 

2 Comentários

  • O q está ocorrendo é que os produtores q estão colhendo agora ,preferem vender logo pra quitar as contas, aproveitando o preco, mas logo adiante se baixar demais as cotacoes, vão interromper as vendas de arroz porque teremos logo logo ,a colheita de SOJA!SDS.

  • Aqui na depressão central muitas lavouras em floração foram cobertas pelas aguas dos rios , com grandes prejuisos.E com esse frio que anda fazendo ,essas lavouras plantadas mais tarde iram produzir muito pouco.Não vejo muito motivo para baixa de pressos.

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