Questão hídrica é risco para safra nova de arroz, que pode ter preço menor, avalia Conab
“A questão hídrica é algo que preocupa. Porém o plantio começa em setembro, então temos espaço para recuperação dos reservatórios e já notamos que ontem [quarta-feira, 25], houve chuva intensa no Rio Grande do Sul, e espera-se que possa ter uma recuperação hídrica do plantio. Se não houver, isso seguramente vai impactar no arroz”.
A Companhia projetou a produção de arroz em 11,8 milhões de toneladas, incremento de 0,4% em relação à safra 2020/2021. Já a produtividade deve ser reduzida em 0,9%, resultado considerado normal devido a alta produtividade da última safra. “Esse cenário neutro de preços está relacionado ao cenário neutro de produção. Qualquer coisa muito acima ou abaixo disso, vai levar o preço junto”, afirma o economista.
Para a área plantada, a projeção é de leve crescimento, de 1,4%. Esse crescimento está concentrado no Rio Grande do Sul, que deve crescer 2,4%, 1% a mais que a média nacional. Apesar dos preços estarem rentáveis, na avaliação dos técnicos, os custos também subiram. A cotação de entrada da safra deve estar em R$ 72,53 por saca. A Conab indica que 1 milhão de toneladas devem ser importadas e 1,4 milhão de toneladas exportadas.
Feijão
Pelo quarto ano consecutivo, a expectativa de produção brasileira de feijão se encontra bem ajustada à demanda, e em contrapartida, deve gerar boa rentabilidade ao produtor, avalia a Companhia Nacional de Abastecimento. “O importante é passar para o mercado e para os consumidores que não há crise de desabastecimento, apesar dos preços um pouco elevados em relação ao ano passado. A gente prevê que, apesar do feijão ter uma volatilidade grande, ao mesmo tempo se autorregula durante a safra”, afirma o economista e analista de mercado da Conab, Bruno Nogueira.
A área do feijão deve se manter estável, com 2,938,7 milhões de hectares. Segundo a Conab, a produção deve totalizar 3,179 milhões de toneladas em 2021/2022. Para o analista Bruno Nogueira, considerando um cenário de oferta de demanda que classifica como neutro, o preço do feijão de cores em Goiás deve se manter, em média, a R$ 310,13 a saca de 60 quilos. No Paraná, o feijão preto deve ter valor médio de R$ 260,36 a saca.
No total, a Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma safra de grãos de 289,6 milhões de toneladas para o ciclo 2021/2022. Se confirmado, será um novo recorde. As projeções divulgadas nesta quinta-feira se baseiam nas culturas de soja, milho, arroz, feijão e algodão, que, juntas, correspondem a 94% da colheita nacional.