Reação de preços traz novas esperanças ao setor arrozeiro
(Por Marco Aurélio Marques Tavares) Depois de chegar ao fundo do poço, com dez semanas consecutivas de queda, cotação apresenta recuperação na semana. Depois de alcançar no dia 09/04 a máxima de R$ 87,54 ou U$ 15,82, o Indicador Esalq/Senar-RS (arroz de 58X10) teve permanentes quedas e na última semana apresentou leve recuperação e fechou a R$ 70,08.
A paridade dos preços de importação superior ao preço interno (principalmente do Paraguai), com o indicador fechando na 6ª feira a U$ 13,38; a recente valorização do dólar; o retorno forte do varejo ás compras, depois de um bom período afastado pois estava estocado; a retomada da movimentação de carga de arroz em casca no Porto de RG e a expectativa de novos negócios; a consequente retratação vendedora (pois, aparentemente, o produtor sempre venda na baixa)e também, ruídos sobre os levantamentos dos estoques privados que estariam abaixo das previsões, movimentaram o mercado do arroz, criando fatos novos, além da extraordinária alta dos custos de produção ( superior a R$ 75/saca), e que deverão frear qualquer incremento de área, além das limitações dos recursos hídricos, até o momento, em algumas regiões produtoras.
A expectativa para o segundo semestre é que o preço do arroz mantenha um piso de R$ 70 ( nível de suporte) e alcance no pico, entre 85 a R$ 90 (modelo econométrico da Conab prevê R$ 90,63), pois temos um cenário diferente de 2020, com a oferta e demanda bem mais equilibrada e a pandemia num outro nível de controle.
Mas, evidentemente, que o comportamento dos preços dependerão de muitas variáveis: intensidade das exportações e importações; comportamento do câmbio; preços internacionais( os EEUU deverão ter redução expressiva na área plantada); reposição dos reservatórios e há previsão de La Niña para o próximo verão; a área a ser plantada; o andamento do plantio e também, se ocorrerá colheita expressiva do cedo, pois no atual ano safra, bom volume de colheita de fevereiro foi para abastecer os estoques da safra passada, que praticamente estavam zerados.
1 Comentário
Se a Conab e o próprio IRGA não lançarem notícias surreais de produtividades altíssimas, estoques inconsistentes e aumento vertiginoso de área a ser plantada, plantando notícias inconcebíveis na mídia, pode ser que o preço reaja!
Se iluda quem quiser, mas nada indica os patamares alcançado no ano passado!!