Real desvalorizado encarece arroz em janeiro
A queda acentuada da produção e o atraso da colheita, somados à desvalorização do real em relação ao dólar, resultam num quadro altista para as cotações.
O mercado orizícola brasileiro iniciou o ano repercutindo as expectativas. Segundo o analista de Safras & Mercado, Mahal Terra, nos primeiros dias de janeiro as indústrias ainda encontravam dificuldade em repassar o custo de uma saca acima de R$ 40,00 no casca e os produtores, de olho em eventuais prejuízos causados pelas intempéries climáticas. A partir da terceira semana do mês os preços passaram a reagir às diferentes mudanças.
“O câmbio desvalorizado permitiu um bom escoamento dos excedentes internos via comércio internacional e, consequentemente, um enxugamento da disponibilidade interna do grão. Isso já seria suficiente para garantir uma recuperação das cotações pelas paridades de importação e de exportação, porém as dificuldades climáticas trazidas pelo El Niño comprometeram a safra, especialmente no Rio Grande do Sul”, analisa.
A queda acentuada da produção e o atraso da colheita, somados à desvalorização do real em relação ao dólar, resultam num quadro altista para as cotações. “Esse cenário só não é mais evidente porque a crise econômica segue limitando o poder de compra da população brasileira”, frisa o analista.
Desta forma respondendo à expectativa de redução expressiva da produção, ao atraso na colheita, ao enxugamento dos estoques de passagem e à desvalorização do real em relação ao dólar, os preços do arroz seguem em recuperação.
Na média do mercado gaúcho a saca de 50 kg iniciou a última semana de janeiro a R$ 42,47, o que corresponde a uma valorização de 4,04% em relação ao mês passado e de 12,8% quando comparado à igual momento do ano passado.