Realidades distintas

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Consumo: apesar da queda o prato básico da dieta nacional é altamente recomendado

Em casa ou fora dela há indícios de queda no consumo há tempos.

O analista de mercado da Agrotendências Consultoria em Negócios, Tiago Sarmento Barata, considera que os resultados divulgados remetem a duas realidades distintas: “A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, avalia exclusivamente o consumo nos domicílios. Dizer que o consumo avaliado na POF caiu não significa dizer que o brasileiro está comendo menos arroz, mas sim que está comendo menos arroz em casa”, esclarece. 

Mas ao mesmo tempo Barata é enfático ao afirmar que a queda do consumo de arroz é uma realidade no Brasil. E isso não é recente. “Desde 1996 as pesquisas do IBGE já mostravam isso. Esses novos resultados só reafirmam que a população brasileira está substituindo o cereal por uma gama enorme de alimentos de preparo mais facilitado”, contrapõe. “A indústria precisa desenvolver novos produtos que atendam as necessidades da sociedade moderna, que não quer perder tempo no preparo das refeições. A utilização da farinha de arroz seria uma boa alternativa”, complementa.

ALERTA
De acordo com o analista, mais importante do que a preocupação mercadológica (menor demanda = menor preço ao produtor) é fazer um alerta sob o ponto de vista nutricional. “O popular combinado arroz com feijão (rico e equilibrado nutricionalmente) está perdendo espaço para o fast food (ou fat food), comprometendo a saúde da população, principalmente dos jovens. Foi-se o tempo em que as famílias se reuniam na mesa nas horas das refeições. 

Hoje, cada um come o que quer e na hora que quer. É urgente a necessidade de uma campanha de incentivo ao consumo de arroz. Não tenho dúvida que incentivar o consumo de arroz é zelar pela saúde da população”, diz Barata. 

Avaliação semelhante é feita pelo presidente do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira. “É claro que com a melhoria da renda as pessoas buscam alternativas de alimentos mais caros. Mesmo os restaurantes self service que incluem o arroz em seus cardápios não estimulam o consumo do alimento pelo número de opções oferecidas, como carnes e massas, variadas saladas, entre outros”, diz.

CONSUMO
Mas, segundo ele, há outros fatores a serem levados em conta nessa equação: “Temos que nos preocupar com quem está consumindo um pouco menos, mas também com quem não consome quase nada de arroz, que são os pobres e miseráveis no Brasil. Uma alternativa é aumentar um pouco mais o consumo de arroz no país pela inclusão de outras classes que não estão tendo acesso ao alimento através de programas sociais do governo federal como o Bolsa Família e o Fome Zero”, exemplifica o presidente do Irga.

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