Recomendações aos produtores sobre comportamento de clima e chuvas para o trimestre

Copaaergs projeta comportamento do clima e chuvas para o trimestre a faz recomendações aos produtores
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O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs) divulgou, nesta segunda-feira (5), o boletim informativo com a previsão climática e recomendações técnicas para as culturas agrícolas para o próximo trimestre. Os dados foram coletados pelas instituições que trabalham com meteorologia no Estado, sob coordenação da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).

De acordo com o boletim, a tendência para o próximo trimestre é que o clima permaneça em neutralidade. Porém, no início do período ainda podem ocorrer irregularidades de precipitação e as temperaturas devem apresentar variação.

Entre as recomendações está a atenção especial para os recursos hídricos naturais, uma vez que as precipitações serão abaixo do normal e a demanda evaporativa aumenta expressivamente a partir de setembro.

Temperatura
As temperaturas mínimas, no mês de agosto, devem ficar pouco abaixo do padrão, especialmente na Metade Sul. No mês de setembro, serão mantidos os valores médios do padrão climatológico na maior parte do Estado. Já em outubro as temperaturas tendem a ficar pouco acima do padrão em todo o RS.

Com relação às temperaturas máximas, em agosto, somente no oeste do Estado devem predominar valores abaixo do padrão. Para setembro, o modelo mostra valores médios dentro do padrão climatológico. No mês de outubro as temperaturas devem ficar acima do padrão meteorológico também no oeste e no centro do Estado.

Recomendações técnicas
1. Consultar a assistência técnica da Emater, Irga, Cooperativas e outras para o manejo e a condução das culturas de outono/inverno;
2. Consultar os serviços de previsão de tempo e clima, para o planejamento, manejo e execução das operações agrícolas das culturas de primavera/verão;
3. Para a definição da época de semeadura/plantio, consultar o zoneamento agrícola (www.agricultura.gov.br);
4. Escalonar a época de semeadura/plantio e utilizar cultivares de ciclos diferentes;
5. Utilizar densidade de plantas indicada para a cultura;
6. Dar preferência ao plantio direto na palha. Não sendo possível, mobilizar o solo o mínimo necessário, por ocasião do preparo e da semeadura;
7. Observar práticas de rotação de culturas no sistema de produção e, em áreas não cultivadas, manter a cobertura do solo;
8. Aproveitar o período de inverno para armazenar água;
9. Seguir as indicações técnicas da pesquisa.

Orientações para as culturas de outono/inverno
– Promover práticas de manejo visando à adubação de cobertura, controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

Arroz
1. Considerando a possibilidade de redução de chuvas nos próximos meses, os produtores devem ficar atentos para a questão da captação e armazenamento de água para a próxima safra;
2. Dentro do possível, dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura para próxima safra, principalmente às atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola;
3. Para semeaduras “do cedo”, entre o mês de setembro até meados de outubro, quando a temperatura do solo for baixa, atentar para que a profundidade da semeadura não seja superior a dois centímetros, a fim de evitar redução no estande de plantas e a consequente desuniformidade no estabelecimento inicial da cultura;

Milho e feijão
1. Iniciar a semeadura quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, estiver acima de 16°C;
2. Escalonar a época de semeadura e utilizar cultivares de diferentes ciclos;
3. Tratando-se de plantio direto, fazer o manejo de culturas de inverno voltadas para a proteção do solo;
4. Para a cultura do milho, caso sejam planejadas duas safras, deve-se antecipar o máximo possível a semeadura, respeitando-se o zoneamento agrícola.

Soja
1. Fazer o manejo de culturas de inverno voltadas para a proteção do solo;
2. Para o cultivo da soja em regiões consideradas marginais pelo zoneamento agrícola, por deficiência hídrica, o cultivo só é indicado se houver garantia de irrigação no período crítico da cultura (florescimento – enchimento de grãos);
3. Para o cultivo da soja em terras baixas – solos mal drenados – a drenagem é indispensável.

Hortaliças
1. Quando necessário, irrigar e dar preferência ao sistema de gotejamento;
2. Usar cobertura morta, associada a práticas de controle de geadas;
3. Em ambientes protegidos (túneis e estufas), proceder a abertura o mais cedo possível no lado contrário ao vento, exceto nos dias frios nos quais a abertura deverá ser postergada, de acordo com a temperatura do ar. Realizar o fechamento cerca de uma hora antes do pôr do sol. Nos dias com previsão de geadas, antecipar o fechamento em duas a três horas e vedar completamente a estufa;
4. Indica-se a produção de mudas em ambiente protegido no sentido de garantir a qualidade das mesmas.

Fruticultura
1. Promover o manejo da vegetação em pomares com coberturas verdes, de forma que propicie a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo;
2. Promover práticas de manejo visando novo ciclo anual, tais como poda, tratamento fitossanitários e quebra de dormência;
3. Evitar os plantios no final do inverno nas áreas de ocorrência de geadas, especialmente baixadas, além de encostas expostas a ventos provenientes do sul. Em terrenos inclinados é fundamental dar condições ao escoamento de ar frio.

Silvicultura
1. Adequar o manejo florestal, considerando a possibilidade de temperatura e precipitação pouco abaixo do padrão, no mês de agosto;
2. Evitar os plantios no final do inverno nas áreas de ocorrência de geadas, especialmente baixadas, além de encostas expostas a ventos provenientes do sul.

Forrageiras
1. Manejar o campo nativo com carga animal baixa a moderada, em função do menor crescimento vegetativo nesse período;
2. Realizar o manejo indicado para as forrageiras de inverno, anuais ou perenes.

 

 

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