Referência internacional

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Evolução: Irga mostra o caminho da produtividade para os países vizinhos

Tecnologias apresentadas no Dia de Campo Internacional do Irga são apontadas como modelo a ser seguido em toda América Latina
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O 1º Dia de Campo Internacional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), realizado no dia 26 de fevereiro na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha (RS), reuniu um público estimado em mais de 1,2 mil pessoas, incluindo representantes de mais de 33 países que puderam conferir de perto as últimas tecnologias, produtos e serviços desenvolvidos para a lavoura orizícola. O evento integrou o programa da 12ª Conferência Internacional do Arroz para América Latina e Caribe, que ocorreu entre 23 e 25 de fevereiro, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre.

Nas seis estações preparadas pelos técnicos e pesquisadores do Irga foi apresentada uma síntese do trabalho realizado pela autarquia e parceiros como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), além do Fundo Latino- Americano de Arroz Irrigado (Flar) e do Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), ambos da Colômbia.

A estação 1 mostrou os principais resultados obtidos com o cultivo do milho no sistema de rotação com a soja e o arroz em terras baixas, na estação 2, as cultivares desenvolvidas pelo Flar, Ciat, Embrapa e Epagri, na estação 3, a soja em rotação com o arroz irrigado, na Estação 4, a vitrina de cultivares Irga, na Estação 5, a produção e as vantagens do uso de sementes certificadas de arroz irrigado e na estação 6, as práticas de manejo integrado de arroz irrigado através da evolução da lavoura gaúcha e o papel do Irga na extensão rural.

Na avaliação do gerente da divisão de pesquisa do Irga, Rodrigo Schoenfeld, o objetivo do Dia de Campo foi mostrar como a instituição trabalha para aproximar a pesquisa, a extensão rural e o produtor de arroz a partir de um modelo de tecnologia que já é referência mundial. “O exemplo que queremos passar, principalmente aos visitantes de outros países, é o de como fazer um pacote tecnológico que chegue às mãos do produtor e, como no caso do Rio Grande do Sul,que seja capaz de aumentar a produtividade do estado em mais de 2 toneladas”, argumentou.

Foi este modelo de difusão de tecnologia descrito por Schoenfeld que atraiu um grupo de produtores do Maranhão. Eduardo Guedes da Silva, Roberto Azevedo de Souza e Ildo Volmar Snovaerski vieram em busca de informações alternativas para suprir as deficiências que enfrentam para produzir arroz irrigado em seu estado. “Algumas cultivares mostradas aqui, algumas mais, outras menos, podem ser adaptadas à nossa região. Já trabalhamos com variedades gaúchas, como a Irga 424, que é a mais plantada, além de cultivares de Santa Catarina, como a Epagri 114. No sistema clearfield temos bons resultados com a puitá. Também queríamos ver de perto como funciona o sistema de rotação.

Embora tenhamos um clima que não ajuda muito pelo excesso de umidade, em algumas áreas do estado é possível plantar a soja no meio do ano, colher em setembro e entrar com o arroz”, explicou Silva. Além de promover o intercâmbio científico e tecnológico entre pesquisadores, empresários, produtores e demais integrantes da cadeia produtiva de arroz irrigado na América Latina e Caribe, o Dia de Campo serviu para mostrar na prática os vários cenários discutidos durante a conferência e abordados nas palestras dos especialistas.

De acordo com o presidente da Associação de Cultivadores de Arroz do Uruguai (ACA), Ernesto Stirling, as tecnologias apresentadas no Dia de Campo podem contribuir não apenas para a orizicultura uruguaia, mas para a do Mercosul. “O Uruguai tem um clima um pouco diferente do Rio Grande do Sul. As temperaturas são mais baixas e o ciclo do arroz precisa ser mais curto, mas achamos que pode haver um intercâmbio de material genético que permita produzir variedades mais adaptadas, principalmente às lavouras próximas às regiões de fronteira”, avaliou.

Em relação à rotação com a soja, a situação, conforme Stirling, é um pouco mais complicada: “Temos sérios problemas de solo, que é muito plano e muito baixo. Isso requer uma boa drenagem e, principalmente, tecnologia. Achamos que pode ser uma boa alternativa para o produtor uruguaio, mas precisamos de materiais que tenham sucesso”, ponderou.

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