Remédio na dose exata

CONTROLE QUÍMICO: não é o aumento da dose que resolve o problema.

Áreas com três ou mais anos de uso consecutivo, sob o mecanismo de ação de herbicidas inibidores de ALS, é o ambiente perfeito para o desenvolvimento de plantas daninhas resistentes ao herbicida Only. No caso do arroz vermelho (oryza sativa l.), as pesquisas mostram que, após quatro anos, o simples fato de repetir o mecanismo de ação na mesma área acarretará problemas de resistência acentuada, ainda mais tratando-se de uma planta da mesma espécie, cuja resistência pode ser adquirida também por fluxo gênico.

Além do arroz vermelho, também ocorre na lavoura a presença de capim-arroz com resistência ao herbicida Only, problema que pode ser facilmente resolvido com herbicidas com outros mecanismos de ação. “Em muitos casos, dependendo do nível de infestação dessas plantas resistentes, o herbicida não vai resolver mais nada”, alerta o pesquisador do Irga, Carlos Paim Mariot.

Segundo ele, outro erro é pensar que a cultivar Puitá Inta CL, por tolerar doses mais elevadas de herbicida em comparação a cultivar Irga 422 CL, permitirá o aumento da dose. “Alguns produtores, incorretamente, vêm incrementando a dose do produto, achando que com isso vão resolver o problema. Pelo contrário, estão piorando ainda mais”, ressalta.

O pesquisador explica que a dose do produto que foi registrado (que é de um litro em pós-emergência ou de um litro e meio fracionado em 750 mililitros em pré-emergência e 750 mililitros em pós-emergência) é o suficiente para controlar de forma satisfatória o arroz vermelho.

“O aumento da dose vai acarretar em uma pressão de seleção ainda maior sobre essas plantas resistentes. Tem caso de produtores que aplicaram dois litros e não controlou. Depois aplicaram mais dois litros e não resolveu. Há até casos de seis litros aplicados, sem falar no residual do herbicida, que poderá gerar problema no estabelecimento da lavoura na safra seguinte, principalmente em solos arenosos, caso se volte a utilizar cultivares convencionais. Então, não é com o aumento da dose que irá resolver o problema”, informa.

                                 

                              Mariot: herbicida pode não resolver mais

 

CONTROLE TOTAL
O aumento da dose de herbicida além do recomendado é a pior estratégia para controlar plantas de arroz resistentes, alerta José Mauro Guma, pesquisador do Irga. Para quem já possui o arroz vermelho resistente ao herbicida Only a recomendação é a seguinte:

1. Utilizar somente sementes certificadas;
2. Usar adequadamente os produtos registrados;
3. Preparar o solo antecipadamente, estimulando a germinação das plantas de arroz vermelho e plantas espontâneas de arroz com controle químico pelo uso do glifosinato;
4. Pousio com preparo de verão e controle mecânico ou químico de plantas espontâneas;
5. Rotacionar o sistema Clearfield: uso de soja transgênica (RR) por duas ou três safras consecutivas para controle de plantas daninhas;
6. Controlar os escapes: catação manual ou uso de barra química;
7. Limpar máquinas, canais, drenos e estradas quando da colheita em áreas com infestação de arroz vermelho;
8. Consultar sempre a assistência técnica: escritórios regionais do Irga, representantes da Basf ou acessar o site www.foraarrozvermelho.com.br;
9. Seguir as recomendações preconizadas pelo Projeto 10, do Irga.
                                                                                                                           Fonte : Irga

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