Resiliência arrozeira
Mesmo com catástrofe climática, RS garantiu abastecimento do país
Por mais que se façam cálculos, não será possível dimensionar com exatidão a dimensão das perdas que a agropecuária gaúcha teve com os reflexos do fenômeno climático El Niño e a maior das catástrofes climáticas da história do Rio Grande do Sul na temporada 2023/24.
Dos números mensurados, são 177 mortos, 37 desaparecidos, 478 municípios atingidos, mais de 500 mil pessoas desalojadas, cinco enchentes e cerca de 50 mil hectares e 400 mil toneladas de arroz perdidos. Cidades inteiras foram devastadas, estando a capital, Porto Alegre, entre as que foram inundadas.
Não é possível calcular a dimensão dos prejuízos com estruturas de lavoura (estradas, canais, sistemas de irrigação e drenagem, redes de eletricidade), silos, galpões, insumos levados pelas águas, máquinas, implementos, ferramentas, quadros de comando, veículos e habitações.
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) assegura que, apesar das perdas, os gaúchos produzirão, nesta safra 7.162.674,9 toneladas em 851.664 hectares colhidos, 94,6% dos 900.203 semeados. A média produtiva é de 8.410,21 quilos por hectare. Ainda será acrescida, até o fim de junho, a produção de 1.548 ha (0,2% de área) que estava no campo em 12 de junho.
Os danos das cinco enchentes da temporada somaram 46.990,6 hectares, 5,22% da área semeada.
Perdas dentro do silo
As chuvas e inundações históricas que ocorreram no Rio Grande do Sul entre os dias de abril e maio comprometeram 43.106 toneladas de arroz que já tinham sido colhidas e depositadas em armazéns.
O prejuízo foi verificado em seis unidades armazenadoras de Eldorado do Sul, na Planície Costeira Interna à Lagoa dos Patos, com comprometimento de 19 mil toneladas, e outros 122 silos foram alcançados pela água na Região Central, em 33 municípios, somando 24.106 toneladas. Dados do Irga.