Retração compradora pressiona cotações do arroz
Cepea/Esalq.
O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul esteve enfraquecido nos últimos dias, com negociações pontuais captadas pelo Cepea. O clima chuvoso também influenciou esse cenário, atrapalhando os embarques de arroz “livre” (produto armazenado nas propriedades rurais).
Entretanto, foram as ofertas de compras a preços menores que acabaram prevalecendo – essa pressão se deve aos baixos valores também ofertados pelos setores atacadista e varejista pelo arroz beneficiado. Do lado vendedor, vários produtores se retraíram para novos negócios no spot, tanto para o arroz depositado como para o “livre”.
As vendas efetivadas ocorreram apenas devido à necessidade de “fazer caixa” de alguns orizicultores. Assim, entre 23 e 30 de julho, o Indicador Esalq/Senar-RS, 58% grãos inteiros, fechou a R$ 42,90/sc de 50 kg na terça-feira, 30, queda de 0,35%. Em julho (até o dia 30), o Indicador recuou 1,27%.
3 Comentários
Realmente o mercado de arroz nos surpreende, ontem minha funcionária chegou para negociar arroz num supermercado do Rio de Janeiro, me ligou dizendo: ‘Tem mais de 15 vendedores de arroz aqui na fila para negociar, o Sr. não disse que houve quebra de 20% na safra e o mercado iria ficar pouco ofertado?’. O que posso lhe responder? Realmente, acabou infelizmente se confirmando anuncio na TV em agosto arroz à 9,95/pacote de 5Kg, levando os concorrentes a correr atrás deste patamar. Claro negócios fracos, silos cheios, mexe daqui e dalí, pronto em alguns dias torna-se preço normal. Existem fortes elementos em que possamos acreditar que a corda está para arrebentar, talvez final de agosto, ou virada de setembro, por que é muito provável que em determinado momento as necessidades de caixa e cpr’s terminem. Será??
Seu Fernando… No início de abril vim aqui e dei a cara a tapa. Avisei que nesse ano não contariamos com o mercado Venezuelano e que o dólar estaria enfraquecido o que levaria a uma leve suba na colheita (joguinho de cena que a indústria e o Cartel fazem para não perder os CPRs) a R$ 42… Com isso eles se entupiram de arroz e ainda contam com as parcelas de custeio, egfs, finames e securitização… Muitas parcelas estão sendo quitadas via mata-mata bancário… Mas muitos produtores ainda estão tendo que vender arroz para quitar essas parcelas… Então certeza é o que menos temos ou teremos até novembro… Depois só Jesus na causa… E dai os preços podem disparar a níveis estratosféricos… Poucos terão produto… Essa tem sido a estratégia da indústria durante muito tempo. Comprar barato quando tem para pagar alto quando não tem mais!!! Assim eles mantém os CPRs a cabresto. Não enriquecem, mas não quebram!!! Acho isso muito triste… mas há que adore!!!
O comentário do Fernando explica tudo. A concorrência das indústrias faz o preço baixar. Isso é estratégico. Com preço baixo do arroz a indústria lucra muito mais, pois consegue manter os produtores no nível de escravos. A indústria está no controle. Os produtores garantem o espetáculo como uma atuação perfeita como palhaços.