Retração da oferta de arroz garante preços firmes e deve elevar área
Com a intervenção do governo federal na temporada 2006/2007, houve uma mudança no comportamento do orizicultor, que conseguiu reter o arroz para conseguir preços mais atrativos.
A retração da oferta por parte dos produtores vem garantindo preços mais firmes ao mercado de arroz, devendo gerar um aumento da área no Brasil. Esta é a avaliação do analista de SAFRAS & Mercado, Tiago Barata, que participou ontem do seminário “Perspectivas de produção e tendências para os preços do cereal na safra 2007/2008”, na sede da empresa, em Porto Alegre (RS).
Com a intervenção do governo federal na temporada 2006/2007, houve uma mudança no comportamento do orizicultor, que conseguiu reter o arroz para conseguir preços mais atrativos.
– Tal movimento causa recuperação hoje – frisa o analista.
Porém, o encurtamento do ano comercial, já que as vendas não estão sendo escalonadas, pode gerar aumento de disponibilidade no final do ano, quando as dívidas de custeio e investimento vencem.
Também há fatores que prejudicam as cotações do cereal, como os resultados comerciais, com o avanço das importações e queda nas exportações, reflexo do dólar enfraquecido frente ao real durante a temporada. Somente agora, após a crise imobiliária nos Estados Unidos, a moeda voltou a valer mais de R$ 2,00.
Houve ainda uma modificação na relação entre o varejo e a indústria.
– Os supermercadistas se mostram resistentes em aceitar o repasse da valorização do cereal em casca nas negociações com a beneficiadoras.
De qualquer forma, as perspectivas são favoráveis ao mercado para 2007/2008. SAFRAS & Mercado aposta em um crescimento de 3,3% na área a ser plantada, passado de 3,048 milhões de hectares para 3,148 milhões. Serão 100 mil hectares a mais, vindos principalmente do Rio Grande do Sul.
O estado gaúcho, que é o principal produtor nacional, deve recuperar áreas perdidas nos últimos anos. Por isso, deverá cultivar 1,035 milhão de hectares, um avanço de 9,4% frente ao 946 mil hectares em 2006/2007. Os principais motivos são a recuperação dos mananciais e a perspectiva de preços melhores.