Reunião decisiva para exportação nesta segunda-feira
Federarroz, Irga, Farsul e indústrias se reúnem nesta segunda-feira para ajustar últimos detalhes para a exportação de arroz. Volume disponibilizado por arrozeiros superou a expectativa e cooperativas e indústrias se somaram aos produtores para venda externa.
Uma reunião no final da tarde desta segunda-feira, em Porto Alegre, deverá bater o martelo no primeiro contrato de exportação da cadeia orizícola gaúcha, dando início à remoção de arroz para armazéns do Porto de Rio Grande, na Zona Sul do estado. O encontro reunirá a nova diretoria da Federarroz, agora presidida por Valter José Pötter, representantes do Irga, da Farsul e de indústrias e cooperativas interessadas no processo de exportação.
Uma boa notícia para o setor foi divulgada durante o seminário Lavoura em Evolução, sábado, em Dom Pedrito: o volume de arroz reunido por produtores já ultrapassa o necessário para a primeira carga de 25 mil toneladas. Agora, somam-se ao processo mais as indústrias e cooperativas, podendo gerar novos negócios.
Duas indústrias se ofereceram para garantir cerca de 60% do volume necessário para a primeira carga. A Federação das Cooperativas Arrozeiras do Rio Grande do Sul, (Fearroz) orientou suas filiadas a participar do processo, pois tratam-se de empresas mantidas pelos produtores e com grande interesse na sustentabilidade da lavoura. O presidente da entidade, André Barreto, destaca que o setor não pode deixar passar esta oportunidade de exportar.
Pelo menos três grandes empresas que atuam no comércio internacional apresentaram ofertas para compra do arroz gaúcho em casca. O volume exportado pode chegar a 100 mil toneladas, segundo uma perspectiva otimista do setor, já que existe demanda e uma oferta acima dos esperado. A venda para mercados externos não se dará apenas com o objetivo de reduzir nossa oferta interna imediata, mas com a meta de garantir a sustentabilidade da lavoura, afirmou o diretor de mercados da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares.
O secretário-geral da Farsul, Amilton Soares, destacou a importância da iniciativa de exportação. Segundo ele, a concretização do primeiro embarque de arroz gaúcho depois de 27 anos sem exportar será um marco histórico para o setor. Agora nossa busca é pela sustentabilidade da lavoura e isso se dará também com a busca de novos mercados para onde dirigir nossa produção, que aumenta pelo ganho em produtividade com o processo de adoção de alta tecnologia que está em marcha, acrescentou.
Segundo Soares, há motivos de sobra para exportar. Destaca, entre eles, os preços atraentes do mercado externo para arroz em casca, a necessidade de enxugar a oferta interna para garantir preços remuneradores ao setor e, por último, o exemplo do milho e do trigo, produtos que passaram a obter maior estabilidade de preços a partir do momento que o Brasil entrou como exportador no mercado internacional.