Rio Grande do Sul deverá cultivar área menor de arroz na safra
A redução em relação à safra anterior consta no levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar.
As primeiras lavouras de arroz deverão ser semeadas nos próximos dias, uma vez que as temperaturas médias já se encontram em patamares mais elevados, o que dá, para as sementes, uma condição de germinação mais rápida e eficiente.
Os trabalhos prévios de preparo do solo e sistematização dos quadros se encontram dento do esperado e sem atrasos para esta época do ano, mesmo com a escassez de recursos em determinadas situações. Com este cenário, a Emater/RS-Ascar finalizou o levantamento quanto à intenção de plantio para a safra 2006/2007. Conforme já adiantado nos acompanhamentos anteriores, existia uma forte tendência de redução de área, devido à conjuntura pela qual passa a cadeia produtiva do arroz, fato confirmado pela análise dos números indicados neste levantamento.
Para esta safra, a Emater/RS-Ascar estima que o Estado deverá cultivar 955.049 hectares, contra os 1.015.456 hectares plantados no ano passado, segundo o IBGE, marcando uma variação de -5,95%, devido ao fato de alguns importantes municípios produtores de arroz, tanto na produção quanto na área cultivada, terem apresentado reduções bastante expressivas, chegando a 63% em Bagé e 40% em Dom Pedrito (região da Campanha) e a 32% em São Borja (região da Fronteira Oeste).
Quanto à produção, se estima que o Estado poderá colher um total de 5.786.926 toneladas, considerando-se uma produtividade inicial de 6.059 kg/ha. Uma variação, em relação à safra passada, de -14,42% (6,762 milhões de toneladas) e -9,03% (6.661 kg/ha), respectivamente. O levantamento considerou as informações de 67 municípios, que representam 82% do total da área a ser cultivada com arroz no Estado.
– Trata-se da intenção de plantio, indicando estabilidade na área a ser cultivada – observa o presidente da Emater/RS, Ricardo Schwarz. No passado, ele lembra que o produtor de arroz arriscava mais, mas hoje os custos da lavoura são elevados, os agricultores estão descapitalizados e não podem mais arriscar tanto.
– Atualmente os arrozeiros arriscam menos: se têm área para irrigar 80% da lavoura, antes eles plantavam 90% da área, mas hoje plantam 80% – acentua Schwarz.
A vazão dos rios e arroios, normalmente utilizados para a captação de água para a irrigação do arroz, é considerada normal e a possibilidade de uma primavera com chuvas acima da normal climatológica, devido à ocorrência do fenômeno El Niño, afasta, em princípio, maiores problemas quanto à disponibilidade de água durante o ciclo da cultura. Entretanto, em regiões importantes, como a Fronteira Oeste e Campanha, muitas barragens, em especial as de grande porte e que muitas vezes atendem a mais de um produtor, não conseguiram completar as suas cotas máximas, fazendo com que os produtores redimensionem, para menos, as áreas a serem plantadas nesta safra.
Na comercialização, a semana não apresentou alterações significativas, com as cotações do arroz variando dentro dos limites de R$ 19,00 e R$ 22,00, na maioria das transações. Apenas o preço médio da saca de 50 quilos, em âmbito estadual, teve ligeiro aumento, passando para R$ 20,22 contra os R$ 19,87 da semana passada (+1,76%).