Rumo à África
Continente africano é o grande mercado do arroz do Brasil
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O que se pode esperar dos principais países africanos importadores de arroz em termos de exportações brasileiras para os próximos anos? Alguns dos principais analistas e agentes de mercado do Brasil se reuniram para debater o tema, numa promoção do Instituto Rio-grandense de Arroz (Irga). E as perspectivas são promissoras.
Esse mercado começou a ser aberto apenas com quebrados de arroz. A partir de 2006 evoluiu para remessas de produto parboilizado – em maior quantidade -, integral, esbramado e pequenos volumes de beneficiado branco. Isso ocorreu por conta da alta competitividade do arroz brasileiro durante a crise mundial de alimentos, quando o cereal alcançou cotações internacionais históricas e o câmbio manteve o dólar em patamares superiores a R$ 2,20. Mas, com a valorização da moeda brasileira perante o dólar (que chegou a R$ 1,64 = US$ 1,00), desde o segundo semestre de 2009 o mercado do produto beneficiado vem sofrendo retração.
Contudo, isso pode ser superado, segundo consideram alguns especialistas. Convidados pelo Irga, debateram medidas para o aumento da comercialização do grão no continente africano: o diretor-geral do Instituto Icone, André Nassar, o gestor da Unidade de Negócios de Arroz da Cooplantio, Camilo Oliveira, o vice-presidente regional da Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM/RS, Jair Almeida, e o diretor comercial do Irga, Rubens Silveira.
Promessa
Na análise do diretor-geral do Icone, André Nassar, a África segue firme como uma das promessas para o aumento das exportações brasileiras de arroz. Segundo ele, com o crescimento da oferta do grão no âmbito do Mercosul, as vendas externas para o continente africano são a melhor alternativa para absorver os excedentes. “O arroz tem um crescimento de consumo relevante na África. Isso causará o aumento da produção interna, mas também da importação para atender esta demanda”, observou.
De acordo com estudos do Icone, o consumo per capita de arroz na maioria dos países africanos pode crescer em 70%, (cerca de 10 quilos a mais) em 10 anos. “Os africanos vão consumir mais arroz no futuro, o que é bom para o Brasil em razão de sua posição geográfica, a relação com esses clientes, a capacidade de exportar e pela qualidade do grão nacional, que já é reconhecida naqueles mercados”, previu Nassar. Segundo ele, dentro do continente, a África do Sul também apresenta um mercado bastante promissor. “É o terceiro maior importador de arroz do continente, possui tarifas mais baixas e consumidores com maior poder aquisitivo do que o líder em importação, a Nigéria. Porém, é abastecido principalmente pelos países liderados pela Tailândia”, informa Nassar.