Sabor Piagüí

Ruzene lança o primeiro miniarroz negro do Brasil

Ruzene: em busca de mercado para os arrozes especiais

Após uma década de pesquisas, o Centro de Intercâmbio e Pesquisa Arroz Ruzene (Cipar) em Guaratinguetá, voltou a surpreender o mercado lançando uma variedade exclusiva e pioneira de miniarroz negro, com aroma de pinhões: o Piagüí. O nome é uma homenagem da família Ruzene – e do fundador da empresa, José Francisco Ruzene – à localidade e ao Rio Piagüí, no interior paulista, que fornece água para a irrigação do Cipar e das lavouras.

“Nessa variedade combinamos as melhores características nutritivas do Arroz Preto com a leveza e a unicidade do miniarroz. Nela mantêm-se as altas propriedades de proteínas e fibras, com os menores grãos do mundo. O Piagüí contém antocianinas e compostos fenólicos, que conferem ao cereal a sua coloração escura, e colaboram com ações antioxidantes, aspectos imensamente benéficos à saúde”, enfatiza. É primeiro miniarroz negro de nossa história gastronômica.

“É um produto original e muito bonito, com textura especial que traz sensação nova, e sabor que lembra o pinhão, um produto regional”, observa Ruzene. O Cipar realiza de 10 a 20 cruzamentos por ano em busca de novidades para atender mercados especiais. E tem feito sucesso em suas investidas: há 15 anos, por exemplo, estabeleceu uma parceria vencedora com o renomado chef Alex Atala, e apareceu no mapa de sabores brasileiros com seu arroz negro, matriz da nova empreitada.

No clima
Segundo Ruzene, o Vale do Paraíba é uma área com o clima ideal para o desenvolvimento aromático dos arrozes. “Acho que esse vai tomar o espaço do arroz negro tradicional. Chama mais atenção, e vários restaurantes já trabalham com ele. Seu tamanho é de 20% em relação ao outro e esperamos uma aceitação melhor também entre as crianças”.

Nas panelas, o pai do Piagüí não gosta de grandes invenções e receitas que possam mascarar o sabor natural do arroz. Aconselha carnes e temperos mais leves e, de preferência, os frutos do mar. Para o início de 2020, ele anuncia a apresentação de mais dois miniarrozes, um vermelho e um branco, com perfume à semelhança do indiano basmati. O empresário também está realizando experimentos com arroz em Angola.

Fique de Olho

Maria e Francisco Ruzene: melhoramento genético para atender a gastronomia brasileira


A Ruzene dispõe de pelo menos oito tipos de arroz entre seus produtos culinários. São eles o preto tradicional, o vermelho, o branco, o cateto – ou japônico – aromático, o arbóreo (para risoto), as variedades em sua versão integral e branca, farinha de arroz e os miniarrozes branco, preto e vermelho. Para José Francisco Ruzene, o Brasil é um mercado em expansão, a gastronomia ganhou evidência pelos programas de TV e o consumidor tem buscado produtos mais refinados e exóticos para comporem pratos especiais. Isso faz avançar a demanda por seus tipos de produto, dirigido a restaurantes de alta gastronomia, boutiques e seções especiais de supermercados. “Em função do preço, do nível de exigência e do padrão gastronômico, são produtos com apelo étnico ou de um padrão de classes A e B, o que não impede de, democraticamente, estar ao alcance de todo e qualquer brasileiro”.

 

Questão Básica
O Cipar, criado por José Francisco Ruzene, é coordenado pela sua irmã, a engenheira agrônoma Maria Oséas Ruzene, que define as linhas de pesquisa e o manejo de cada cultivar de acordo com as suas observações de campo e laboratórios. “Antes do lançamento de uma nova variedade, há de 10 a 12 anos de estudos e desenvolvimento, testes, e avaliação de aspectos agronômicos, resistências à doenças, insetos e competição por nutrientes com invasoras, qualidade do grão, interesse industrial e do consumidor. Há muitos cruzamentos que ficam apenas na primeira fase e para chegar ao consumidor, são raros os produtos, é preciso se sobressair muito”, avalia Maria.

 

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