Safra de 11,3 milhões

 Safra de 11,3 milhões

Comparada com a safra anterior,
será 3,3% menor em 2007.

O Brasil plantou 2,97 milhões de hectares de lavouras de arroz na safra 2006/2007, confirmando uma redução de 1,6% com relação aos 3.017.800 hectares da safra anterior. A queda na área teve duas influências importantes: a crise de comercialização que achatou os preços em 2006 a um patamar negativo histórico e a drástica queda nas reservas de água do Rio Grande do Sul, por influência de três anos seguidos de estiagem. A produtividade brasileira caiu 1,8% em 2006/2007, principalmente pelo impacto negativo das regiões Norte e Nordeste, onde ainda notam-se gargalos importantes com relação à disponibilidade de tecnologias e assistência técnica aos produtores e aos sistemas de produção. 

No Centro-oeste, Sudeste e Sul nota-se significativo aumento da produtividade, principalmente pela agregação de novas tecnologias e variedades de maior potencial produtivo. Com esta redução de área e de produtividade, o resultado final da safra não poderia ser outro: a safra caiu 3,3%, de 11.721.700 toneladas para 11.329.200 toneladas. A produção só aumentou 2,2% no Norte e Nordeste brasileiros, mesmo com o baixo desempenho em produtividade, por conta da maior extensão de área plantada. O centro-sul, que representa mais de 80% da safra nacional, registrou uma queda de produção de 4,6%.

MAIORES – O Rio Grande do Sul continua sendo o maior estado produtor nacional, representando 55% da safra nacional, com seus 6,42 milhões de toneladas, em 954,4 mil hectares e produtividade crescente, que alcançou 6.726 quilos por hectare. Santa Catarina, também com sistema irrigado, mas predominando o cultivo pré-germinado, manteve-se como segundo maior produtor brasileiro, com quase 1,1 milhão de toneladas em uma área de 155 mil hectares e produtividade de 7.050 quilos/hectare. 

O Mato Grosso, em sistema de cultivo em terras altas, alcançou produção de 734,3 mil toneladas numa área de 280,3 mil hectares. Depois de ter sido o segundo maior produtor do Brasil, o estado do Centro-oeste agora vê também a terceira posição no ranking ameaçada pelo Maranhão, que em 2007/2008 alcançou a produção de 710 mil toneladas numa área de 506,3 mil hectares. A diferença está na produtividade, que no Mato Grosso fica em 2.620 quilos por hectare, com aplicação de um sistema mais eficiente de produção e maior acesso aos insumos e profissionalização dos produtores. No Maranhão, com predominância da agricultura familiar e de subsistência, sistemas de produção diversos, desde a irrigação até a roça de toco, a produtividade média não passa de 710,8 quilos por hectare. A produção é estável. Um ligeiro aumento da eficiência tecnológica e produtiva no Maranhão poderá fazer a diferença em 2008.

 

 

Estoque final será de 418,3 mil 

Segundo dados da Conab, o Brasil deverá encerrar o ano safra, em fevereiro de 2008, com um estoque final de 418,3 mil toneladas de arroz. Isso porque produziu 11.329.200, deve importar 900 mil toneladas, principalmente do Mercosul, e tinha um estoque de 1.539.100, totalizando um suprimento de 13.768.300 toneladas. Em compensação, o país tem um consumo estimado em 13 milhões de toneladas de arroz em casca (humano, rações e sementes) e está prevista uma exportação de 350 mil toneladas, totalizando demanda de 13,35 milhões de toneladas. A expectativa, passados seis meses do ano safra, é de que haja uma pequena diferença nos números de importação e principalmente exportação, que até o momento não manteve as médias do ano passado. Com estoques baixos em 2008, a tendência é de preços mais estáveis no próximo ano, dependendo de fatores como a produção da próxima safra, que os especialistas estimam aproximar-se dos sete milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, se o clima favorecer, do mercado internacional e o ímpeto de exportação do Mercosul e também da capacidade brasileira de exportar. 

 

 

Arroz Comparativo de área, produtividade e produção – safras 2005/2006 e 2006/2007

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